PABLO MARÇAL

Pablo Marçal é acusado por participante de promover agressão em “La Casa Digital 3”

Luiz Godoy afirmou em longo depoimento à polícia que levou socos na barriga, além de ser chamado de “trouxa” e “bosta”

Pablo Marçal.Créditos: Reprodução/Youtube
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Luiz Godoy, participante do reality show “La Casa Digital 3”, denunciou à Polícia Civil por agressão o empresário e pré-candidato a prefeito de São Paulo, Pablo Marçal, que também é o idealizador e apresentador do programa.

No boletim de ocorrência protocolado nesta terça-feira (28), na Delegacia de Serra Negra (SP), Marçal é acusado de contravenção penal e de “pôr em perigo a vida” dos integrantes do programa. O documento foi obtido pela coluna de Paulo Cappelli, no Metrópoles.

Godoy diz ter sido agredido e xingado por monitores no dia 5 de maio, durante a sua participação no reality. Ele afirmou em longo depoimento que levou socos na barriga, além de ser chamado de “trouxa” e “bosta”. A finalidade das agressões, segundo os mentores do programa, era “desbloquear a mente”.

O participante acusa também Marçal de descumprir decisão judicial que o proíbe de promover atividades em montanhas e outros locais semelhantes sem a autorização da polícia, de órgãos municipais e da Defesa Civil. A proibição ocorreu após atividade em que o empresário se perdeu no Pico dos Marins colocando em risco a vida de outras pessoas.

“[Os participantes] Tiveram que fazer uma prova em lago que media aproximadamente 50 metros e, em dupla, teriam de montar uma jangada com cano de PVC, após a montagem dos canos tinham que atravessar o lago sem uso de coletes salva vidas e não havia bombeiros e médicos salva vidas no local. Que o lago que tiveram que atravessar possuía cercas de arame farpado e a água era muito suja”, afirma o autor em trecho do BO.

“Afirma que foi submetido a uma situação de perigo, que uma participante desta prova, chamada Stacy, passou a ter constantes dores na barriga e diarreia, e ainda posteriormente ficou sabendo por uma terceira pessoa que o lago que atravessou continha cobras”, acrescentou.

As agressões

Godoy disse ainda que os mentores do programa estimulavam a agressão mútua entre os participantes. “Os mentores sujeitaram Paulo e sua pessoa a um conflito verbal, segundo afirmaram tratava-se de um método de desbloqueio da mente, que consistia em que um apontasse os defeitos do outro. Em determinando momento, o mentor chamado Marcos Antônio Fergutis começou a ofendê-lo verbalmente, dizia que o mesmo não tinha futuro, que era um trouxa orgulhoso, um bosta, que entendeu que Antônio estava tentando despertar sua iria para ativar o que eles chamam de desbloqueio mental, mas se manteve calmo.”

“Neste momento, o outro mentor chamado Rafael Francele atravessou a sala diante de todos os participantes que estavam sentados no local, desferiu um tapa em seu peito, puxando-o para cima, rasgando a camiseta que estava usando, olhou para o câmera e disse para desligar, dizendo que iria mostrar como funcionava, puxando-o para fora e o ofendendo, empurrou-o na parede lhe desferindo dois socos na barriga, segurando seu braço e apertando. A situação foi interrompida pelo gestor do local, Sr. Nelson Rodrigues, gritando que era para pararem pois estava ultrapassando os limites”, diz outro trecho da denúncia.

“Depois de todo o ocorrido, como uma forma de punição, o mentor Marcos e Adonis disseram que como forma de castigo tinha de ficar de braços e pernas amarradas com a participante Stacy. Que não aceitou. E tomou outra punição. Que teria de dormir em uma barraca fora da casa, que recebeu a barraca para montar a cerca de cem metros de distância da casa, que montou a barraca, porém não havia colchão, cobertor, travesseiro, não tinha acesso ao banheiro e nem água, e não havia ninguém acompanhando, sendo que o gestor da fazenda havia dito no dia anterior que não era para ninguém sair da casa durante a noite, pois no local havia diversos bichos, não especificando quais”.

Ao final, Godoy justificou sua permanência no programa por acreditar que haveria premiação aos participantes. Ele também considerou que, se desistisse, teria a “imagem manchada perante o público”.