Gabriela Hardt, a juíza que substituiu Sergio Moro na 13ª Vara Federal de Curitiba, onde decisões relativas à Lava Jato eram tomadas em primeira instância, mal pôde respirar com seu processo parado e já terá queixas contra sua atuação analisadas pelo ministro Luís Felipe Salomão, corregedor do Conselho Nacional de Justiça.
Ela é alvo de um pedido de abertura de processo disciplinar por conta de uma decisão que permitiu a criação da, assim conhecida popularmente, “Fundação Dallagnol”. Trata-se da fundação privada que receberia as multas pagas pela Petrobras no âmbito das decisões da Lava Jato.
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De acordo com informações reveladas pela Operação Spoofing, da Polícia Federal, deflagrada no bojo da série jornalística Vaza Jato, procuradores da Lava Jato integrariam a gestão dessa fundação e, consequentemente, decidiriam sobre o uso da verba recolhida.
Salomão não vê o episódio com bons olhos e considera tudo que o envolve como irregular. No entanto, o presidente do CNJ, Luís Roberto Barroso, pediu vista desse processo em abril, com o objetivo de analisá-lo melhor. Mas o tempo hábil de análise da ação sequer poderá ser usado para um respiro por Hardt.
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De acordo com a jornalista Andréia Sadi, da GloboNews, Salomão é relator de mais 5 denúncias contra a juíza. Todas feitas por figuras que foram alvo da Lava Jato, como o ex-deputado estadual paranaense Tony Garcia, o ex-governador fluminense Sérgio Cabral e Rodrigo Tacla Duran, ex-advogado de empreiteiras investigadas.
Ainda segundo a jornalista, uma dessas reclamações – e não se sabe exatamente qual delas – foi enviada por Salomão ao ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal. O pedido é para que sejam “providências no âmbito criminal”. A juíza não se manifestou publicamente sobre o assunto.