Imagens da Polícia Militar de São Paulo agredindo brutalmente um grupo de estudantes do Ensino Médio na Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo) começam a viralizar na noite desta terça-feira (21) nas redes sociais. Os estudantes, representados pela Ubes (União Brasileira de Estudantes Secundaristas), protestavam contra a votação de um projeto que regulamenta as escolas cívico-militares na rede estadual.
O projeto pretende que a Secretaria estadual de Educação crie cerca de 100 escolas cívico-militares e o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) já manifestou publicamente seu apoio ao texto. Depois da confusão, o projeto de lei foi aprovado com 54 votos favoráveis contra 21, e vai para a sanção do governador.
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Os estudantes pretendiam acompanhar a sessão plenária, mas foram recebidos com bombas e cassetetes logo na chegada conforme relatado em matéria do Uol.
As imagens mostram a Tropa de Choque rendendo alguns dos estudantes no Salão dos Espelhos da Alesp enquanto outros policiais impedem a passagem ao local com escudos. A seguir, os estudantes rendidos são agarrados pelo pescoço e arrastados para fora, enquanto outros PMs agridem os adolescentes que passam pelo local com cassetetes.
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Do lado de fora do Salão dos Espelhos, a intimidação prossegue com uma formação de escudos e o impedimento dos jovens se manifestarem contra o projeto de lei.
Nas redes sociais, diversos políticos e parlamentares da oposição se manifestaram sobre o episódio. O deputado estadual Eduardo Suplicy (PT) relatou que tentou fazer uma mediação entre as partes e acabou agredido com spray de pimenta.
“Com forte presença policial, está em votação o projeto das Escolas Cívico-militar. Estudantes contrários buscam o diálogo e enfrentam a truculência da PM. Tentei mediar o entendimento e fui surpreendido com spray de pimenta e paredão da Tropa de Choque da PM que desde cedo impede o acesso dos estudantes ao plenário. É lamentável essa postura de representantes da base governamental que são coniventes com a ação arbitrária do governador”, escreveu Suplicy.
Carlos Giannazi (Psol), também deputado estadual, publicou as imagens nas suas redes sociais. Ele lembrou que o projeto é do interesse do governador e questiona: “É essa polícia que vai ensinar nas escolas? Estudantes estão se manifestando de forma pacífica e apanhando da polícia covarde do governador. Vergonha”.
A deputada federal Erika Hilton (Psol) também lembrou do interesse de Tarcísio de Freitas em regulamentar as escolas cívico-militares na rede estadual, fez uma crítica ao modelo e declarou apoio aos estudantes que foram agredidos ou detidos.
“Um modelo de educação fracassado, ineficaz, que gasta muito e pouco faz. Talvez por isso o Governo Tarcísio de Freitas tenha se enxergado no projeto e o apoie tanto. Nem que pra aprová-lo, a PM tenha que bater em adolescente dentro da ALESP”, escreveu a deputada.
Ao todo, 7 estudantes foram detidos e ainda não há maiores informações sobre possíveis acusações e feridos. Em nota enviada à Fórum, a Secretaria de Segurança Pública afirma que os adolescentes tentaram “invadir o local” e que analisa as imagens das agressões.
"A Polícia Militar analisa as imagens da ação e ressalta que sua Corregedoria está à disposição do parlamentar e dos estudantes para oficializar a denúncia. Da mesma forma, a Polícia Civil também está disponível para ouvi-los e registrar a ocorrência. Equipes da PM acompanham uma manifestação que começou na tarde desta terça-feira (21), na Alesp, para garantir a segurança dos participantes do ato e de pessoas no plenário, em votação. Até o momento, sete manifestantes foram detidos após tentarem invadir o local. A ocorrência será apresentada no 27º DP.