A sessão que aprovou a privatização da Sabesp na Câmara Municipal de São Paulo nesta quinta-feira (2)foi marcada por uma série de confusões protagonizadas pelo vereador Rubinho Nunes (União Brasil). Oriundo do MBL e engrossa a base do prefeito Ricardo Nunes (MDB) na casa, ele é famoso por suas polêmicas. Entre elas, a proposta de uma CPI que investigaria o padre Júlio Lancellotti.
Dessa vez, as provocações foram múltiplas. A começar que a população, representada por sindicatos e movimentos sociais, que foi barrada na porta da Câmara antes que começasse a sessão. Manifestantes foram surpreendidos com distribuição de 40 senhas para entrar no local. Havia cerca de 300 cidadãos organizados para protestar contra a iminente entrega da empresa pública a rentistas do mercado financeiro.
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Mas essas 40 pessoas que puderam entrar, ao lado da bancada da oposição, conseguiram fazer bastante barulho e incomodaram o vereador que tentou, por diversas vezes, emplacar suas provocações.
“Bala de borracha é uma excelente forma de lidar com sindicalista vagabundo. Mas, talvez, tacar carteiras de trabalho nos esquerdistas seja mais eficiente”, disse Rubinho Nunes, quando discursava.
Ele foi vaiado, mas até então, seguia o jogo. Na cena a seguir, incomodado com as críticas que vinham dos presentes e da oposição, e sabendo que o rechaço à privatização da Sabesp é lugar comum entre a população de São Paulo, Rubinho Nunes usou um velho meme bolsonarista para tentar lacrar, desviar o foco e fazer um ataque ao presidente Lula (PT).
Ele sacou uma embalagem que continha sanduíches de mortadela e fez novas provocações aos presentes. Mas dessa vez acabou rodeado e confrontado por vereadores da oposição.
Parlamentares homens e mulheres cercaram Rubinho Nunes mas quando ficou agressivo, partiu para cima de uma mulher. Nas redes sociais, a vereadora Luana Alves (Psol) o acusa de agressão.
“O descontrolado Rubinho Nunes, vereador bolsonarista, partiu pra cima de mim durante a Audiência Pública da Privatização da Sabesp. Eles estão desesperados, porque sabem que o povo é contra esse absurdo”, escreveu a vereadora em suas redes sociais.
A confusão foi filmada e em dado momento foi pedida a exclusão do vereador das discussões. No entanto, a votação ocorreu e a Sabesp foi entregue, para a tristeza da maioria dos paulistas e paulistanos. A votação ficou em 37 a 17 e refletiu a forte articulação política que o prefeito Ricardo Nunes (MDB) e o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) controlam na capital paulista.
Em abril, numa primeira votação, a margem foi menor: 36 votos favoráveis à entrega e 18 contrários. Clique aqui e entenda o processo que culminou na privatização da Sabesp.
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