PARTICIPAÇÃO POPULAR

Sabesp: População é barrada em última audiência pública sobre privatização

Manifestantes foram surpreendidos com distribuição de 40 senhas para entrar na Câmara Municipal de São Paulo

Manifestantes são barrados em audiência pública da Sabesp.Créditos: Paulo Pinto/Agência Brasil
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Os mais de 300 moradores de São Paulo que protestavam contra a privatização da Sabesp, nesta quinta-feira (2), tiveram a entrada barrada para a última audiência pública antes da votação em segundo turno na Câmara Municipal. 

Ao chegarem ao local, os moradores foram surpreendidos por um novo limite de pessoas no Plenário, com a justificativa de garantir a segurança do prédio. Assim, para conseguirem entrar na Câmara, foram distribuídas apenas 40 senhas

O caso foi denunciado pelo Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Estado de São Paulo (Sintaema) e por vereadoras nas redes sociais. 

"A Câmara fechou as portas para a última Audiência Pública sobre a Privatização da Sabesp. Estão limitando o número de munícipes que podem acessar em metade “a favor” e metade “contra”. Audiência pública é pra ouvir o povo, independente da posição. Essa votação é uma farsa!", afirmou a vereadora Luana Alves, do PSOL.

A vereadora Luna Zaranatti (PT) também se manifestou. "É um completo absurdo o que estamos vivendo hoje aqui na Câmara Municipal. Distribuíram senhas para os vereadores darem para as pessoas entrarem na audiência. Mas não são os vereadores que decidem quem entra ou não numa audiência pública!", disse.

Privatização da Sabesp

Manifestação contra a privatização da Sabesp, na Câmara de Vereadores de São Paulo - Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

A privatização da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) é discutida entre muita repressão aos movimentos contrários. Em dezembro de 2023, durante votação na Assembleia Legislativa, manifestantes que se posicionam contra o projeto que tentavam ocupar o plenário foram brutalmente agredidos pela Polícia Militar. O projeto, no entanto, foi aprovado por por 63 votos a 1 e posteriormente sancionado pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Na Câmara Municipal de São Paulo, o projeto foi aprovado, em primeira votação, no dia 17 de abril. Ao todo, foram 36 votos favoráveis e 18 contrários. A sessão também foi marcada pelos embates entre os vereadores governistas e a oposição, representada tanto por vereadores de esquerda como por movimentos sociais que lotaram as galerias do plenário.