O deputado federal Marcel van Hattem (Novo-RS) protagonizou uma série de baixarias na noite desta segunda-feira (8) ao defender o empresário sul-africano Elon Musk, que tem feito uma série de ataques contra as instituições do Brasil. Musk afirmou na madrugada desta terça-feira (9) que o ministro do STF Alexandre de Moraes tem o presidente Lula (PT) "em uma coleira".
Com argumentos que lembram brigas entre estudantes do ensino fundamental, o deputado Marcel van Hattem disparou uma série de impróprios contra o senador Randolfe Rodrigues (Sem partido-AP) em resposta a uma publicação de Rodrigues no Twitter.
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Em uma postagem, o senador Randolfe Rodrigues afirmou que os ataques de Elon Musk contra o presidente Lula têm como objetivo forçar um banimento da rede no Brasil e, dessa maneira, promover uma narrativa de que "há uma ditadura no Brasil".
"O bilionário mimado neofascista resolveu dobrar a aposta e atacar o Presidente da República. O objetivo é ter o Twitter suspenso no Brasil por decisão judicial para chorar que está sendo censurado, incentivar o ódio e fomentar ataques contra nossas instituições. O golpe tá aí, cai quem quer… Aliás, de golpe esse pessoal entende, né?", escreveu Randolfe Rodrigues.
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Indignado e agindo como "porta-voz" do empresário Elon Musk, o deputado Marcel van Hattem atacou o senador Randolfe Rodrigues e afirmou que ele teve "um ataque de pelancas".
"Ataque de pelanca de Senador em pleno Twitter... Faz o seguinte, seja coerente, Randolfe: fecha tua conta e vai ser feliz sem usar o serviço que o bilionário malvadão presta para você. Assim você já aproveita e não passa vergonha alheia em público - pelo menos não aqui", escreveu o deputado Marcel van Hattem, que, pelo visto, não preza pela liturgia do cargo que ocupa e gosta de defender empresários estrangeiros.
Musk interage com bolsonaristas Nikolas e Van Hattem; instituto vê "articulação internacional"
Em interação com o deputado extremista Marcel Van Hattem (Novo-RS) na noite desta segunda-feira (8), Elon Musk fez o mais duro ataque ao ministro Alexandre de Moraes, classificando como "ditador brutal".
Poucas horas depois, o bilionário que prometeu dar golpes mundo afora aproveitou uma publicação em que o bolsonarista radical Nikolas Ferreira (PL-MG) disse que "Alexandre está com Lula na coleira e que colocou o dedo na balança para elegê-lo" para se vitimizar, na mesma estratégia seguida por Jair Bolsonaro (PL).
"Precisamos levar nossos funcionários no Brasil para um local seguro ou que não estejam em posição de responsabilidade, então faremos um dump completo de dados. Eles foram informados de que seriam presos", disparou Musk.
O dono da Tesla e do próprio Twitter ainda tratou dos ataques à democracia com perfis e influenciadores internacionais - como o jornalista Glenn Greenwald, que tem mais de 2 milhões de seguidores no X - para propagar suas mentiras sobre o Brasil.
"A trama se complica", disparou às 2h da madrugada desta terça-feira (9), no perfil do influenciador da ultradireita na Malásia, Ian Miles Cheong, que tem cerca de 1 milhão de seguidores e, nos últimos dias, ganhou adeptos no Brasil.
"Como o juiz brasileiro Alexandre de Moraes chegou ao poder", escreveu Cheong, em um longo texto em que constrói uma teoria da conspiração sobre o envolvimento de Michel Temer (MDB) na morte de Teori Zavascki, ex-ministro do STF que morreu em acidente de avião em 2017, deixando a cadeira que foi ocupada por Moraes.
Criado em 2021 para combater o discurso de ódio e fake news nas redes, como foco nos Direitos Humanos, o Instituto Democracia em Xeque fez uma análise nas plataformas digitais e na mídia entre os dias 5 e 8 de abril e chegou à conclusão que o Brasil é alvo de uma "articulação internacional coordenada" contra o judiciário.
A ação seria articulada por Bolsonaristas junto à Musk, que pulverizou a narrativa de vitimização dos apoiadores do ex-presidente entre lideranças da ultradireita fascista internacional.
Enquanto isso, as ações de Musk impulsionaram políticos e influenciadores bolsonaristas no Brasil e incendiou a horda de apoio ao ex-presidente nas redes sociais e grupos de WhatsApp e Telegram.
Segundo o estudo, o levante fascista coordenado por Musk se disfarça sobre uma pretensa "defesa da liberdade de expressão" para aglutinar a ultradireita internacional. Consequentemente, a narrativa pretende turbinar os negócios do bilionário, que tem a simpatia dos governos de ultradireita pelo mundo.