O senador Flavio Bolsonaro foi o entrevistado de ontem no programa Roda Viva, da TV Cultura de São Paulo, sob as asas do governador bolsonarista Tarcísio de Freitas.
Não se sabe o motivo para o senador ser o personagem principal daqueles que foi, em tempos antigos, um dos mais importantes programas de entrevistas da TV brasileira.
Flávio Bolsonaro não tem nenhum projeto no momento como senador e mesmo o famoso caso das rachadinhas, que o tornou conhecido no Brasil, não está em pauta no país.
Flávio sempre foi um político sem muita representatividade no Rio, que se destacou, além das acusações da prática de rachadinha, por haver entregue a medalha mais prestigiada do estado ao capitão PM que se tornou assassino e líder do Escritório do Crime, Adriano da Nóbrega, na cadeia, num gesto insólito.
Ontem, sabendo estar em território do amigo governador Tarcísio de Freitas, Flávio Bolsonaro parecia à vontade, tão diferente do homem tenso, que disputou a prefeitura do Rio em 2016 e chegou a desmaiar diante da pressão de um debate.
Flávio estava tão à vontade no Roda Viva, que fez uma dobradinha com o bilionário Elon Musk, dono da rede X, antigo Twitter, que um pouco antes do programa começar fez um post em sua rede atacando mais uma vez o ministro Alexandre de Moraes, dizendo que "ele tirou Lula da prisão e colocou o dedo na balança para eleger Lula".
Flávio atacou o TSE e a eleição de Lula, como Musk:
"O que o TSE fez antes, durante e depois das eleições, ficou muito claro para todo mundo que ele pesou muito mais a favor de um lado do que do outro."
Atacou também o ministro Alexandre de Moraes, que incluiu o nome de Elon Musk no processo das Milícias Digitais:
"Um cidadão americano, uma empresa privada, do meu ponto de vista, não cometeu crime nenhum, apenas falou, se posicionou, fez uma pergunta ao ministro que usa a rede social dele. O Elon Musk não tem foro por prerrogativa de função, está tudo errado. O ministro toma mais uma vez uma decisão monocrática, antes que qualquer ato fosse cometido, já incluindo Musk no inquérito."
Na opinião de Flávio o Brasil não vive num regime democrático. Ele ainda afirmou que a possível eleição de Trump nos Estados Unidos pode colocar o Brasil na mesma lista de sanções da Venezuela.
Flávio ainda aproveitou o final para fazer uma convocação para a manifestação em Copacabana dia 21, em que seu pai, em desafio ao ministro Alexandre de Moraes, chama seu processo de "maior fake news da história", com isso revelando o motivo de ter sido convidado para o Roda Viva: fazer propaganda do ato.