A caminho da Europa, onde terá encontro com lideranças da ultradireita fascista para "denunciar a Ditadura no Brasil", o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) foi às redes sociais nesta terça-feira (9) para tentar se justificar sobre reportagem da Fórum sobre a articulação internacional em torno do levante do bilionário Elon Musk contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), à democracia brasileira e, mais recentemente, ao presidente Lula.
"Eu jamais falei com Elon Musk, por exemplo, mas admiro a sua coragem e concordo muito que 'valores importam mais do que lucro'", diz o deputado, em consonância com a narrativa do bilionário, que patrocinou golpe na Bolívia em 2019 e que afirmou que "vamos dar golpe em quem quisermos" um ano depois..
Na reportagem de Marcelo Hailer, a Fórum aponta fatos que mostram que há, realmente, um elo global em torno da narrativa bolsonarista.
Algumas horas após os ataques de Elon Musk, o líder do Chega!, partido da extrema direita portuguesa, André Ventura, publicou um vídeo com ataques ao Brasil e ao ministro Alexandre de Moraes, o qual foi compartilhado por Eduardo Bolsonaro com a seguinte frase: "Nossa liberdade não está em risco, já é diariamente violada".
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Líder d'O Movimento - a internacional fascista de Steve Bannon - na América Latina, o filho "03" de Bolsonaro também compartilhou uma publicação de Santiago Abascal, líder do VOX, partido de extrema direita da Espanha. Na publicação, Abascal repete o discurso de Ventura e afirma que "Alexandre de Moraes é o carcereiro preferido de Lula".
Na Europa, Eduardo deve encontrar os dois líderes extremistas. Mas, na rede X, o deputado delira e diz que a "articulação coordenada internacional", como concluiu o Instituto Democracia em Xeque em estudo, é apenas uma "narrativa" da Fórum com a jornalista da GloboNews (Ex-CNN Brasil), Daniela Lima.
Após a reportagem da Fórum, a jornalista também citou a articulação de Eduardo nos ataques de Musk à democracia.
"Orquestrada é a ação da Fórum com Daniela Lima da CNN Brasil (SIC), que cria narrativa para talvez me dragar para alguma investigação e bloquear minhas missões internacionais apreendendo meu passaporte injustificadamente. Nada por acaso. A narrativa sempre precede a ação judicial", diz o deputado, a caminho da Europa.
Eduardo ainda busca se vitimizar, dizendo que parte da Fórum - e não de diversos inquéritos criminais - a "perseguição" a seu pai.
"A Revista Fórum alimentar este devaneio só fará crescer a intolerância e delírio daqueles que nos perseguem, tal qual acreditam que meu pai tinha um "gabinete do ódio", aparato preordenado a disparar fake news. Mas nunca dizem quais fake news, ninguém as recebe em seus celulares, há investigações abertas há anos, mandados judiciais cumpridos pela Polícia Federal e nada se conclui, apenas alimentam narrativas. Trata-se da imprensa negacionista que não admite que temos apoiadores, um movimento popular espontâneo e voluntário - é isto que incomoda e o que desejam extinguir com tanta perseguição", diz o filho de Bolsonaro.
Eduardo ainda afirmou que apenas alertou que Alexandre de Moraes está incluindo nas investigações "americanos influentes e próximos de Donald Trump", ex-presidente dos EUA, ídolo do clã Bolsonaro.