Eduardo Bolsonaro, ao atacar Fórum, entrega conspiração de Musk com a extrema direita. O deputado usou as redes sociais para confirmar que tem dificuldade para interpretar texto e ratificar ataque orquestrado contra o presidente Lula e instituições brasileiras.
O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) confirmou na manhã desta terça-feira (9) possuir imensa dificuldade com interpretação de texto - não que seja uma novidade - ao reagir e atacar a Fórum por causa de um texto publicado nesta segunda-feira (8).
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No texto, foi esmiuçado, a partir de publicações de Eduardo Bolsonaro em seu perfil no X (antigo Twitter), que os ataques de Elon Musk contra o ministro do STF Alexandre de Moraes, o presidente Lula e as instituições brasileiras foram uma ação orquestrada entre o empresário e figuras da extrema direita europeia.
A tese apresentada no texto é embasada, vejam só, a partir dos retuítes de Eduardo Bolsonaro, que revelam que após os ataques de Elon Musk lideranças da extrema direita europeia correram para corroborar as acusações de Musk, de que há "uma ditadura no Brasil", tese que não encontra guarida na realidade.
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Mas Eduardo Bolsonaro entendeu o contrário e escreveu o seguinte: "Não, Revista Fórum, minhas publicações nada sugerem que eu orquestrei tudo isso. Eu jamais falei com Musk, por exemplo, mas admiro a sua coragem e concordo muito que 'valores importam mais do que lucro'".
Na sequência, Eduardo Bolsonaro corre pra justificar por que compartilhou os tuítes de líderes da extrema direita europeia e abandona as figuras que diz admirar pelo caminho e, dessa maneira, busca tirar o corpo da conspiração em curso contra as instituições brasileiras.
O deputado se justifica: "Retuitar os Deputados André Ventura do Chega e Abascal do VOX é algo que eu faço com certa frequência por afinidade de ideais, como a defesa da liberdade, fronteiras seguras e repúdio a ditadores/Foro de São Paulo".
Notem a argumentação do parlamentar: de que os retuítes deles foram algo corriqueiro, sem qualquer relação ou articulação em torno dos ataques perpetrados por Elon Musk. Percebam a contradição: o deputado diz que tem afinidade de ideias, mas que nada tem a ver com o quiprocó liderado pelo empresário sul-africano. Senta lá, Claudia!
Como de praxe, o deputado se faz de vítima e fala, vejam só, de intolerância: "A Revista Fórum alimentar este devaneio só fará crescer a intolerância e delírio daqueles que nos perseguem, tal qual acreditam que meu pai tinha um "gabinete do ódio", aparato preordenado a disparar fake news".
Mas o melhor da resposta de Eduardo Bolsonaro estava por vir: o filho do ex-presidente Jair afirma que existe uma ação orquestrada entre a Fórum e a Globo News: "Orquestrada é a ação da Fórum com Daniela Lima, da CNN Brasil (deputado, ela não trabalha mais na CNN), que cria narrativa para talvez me dragar para alguma investigação e bloquear minhas missões internacionais, apreendendo meu passaporte injustificadamente. Nada por acaso. A narrativa sempre precede a ação judicial”.
Dois pontos merecem atenção neste último parágrafo: 1) o clássico da hoste bolsonarista: "acuse-os daquilo que você faz". Estratégia manjada para desmontar os argumentos do adversário e não responder sobre o que foi indagado; 2) consciente de suas atitudes, o deputado Eduardo Bolsonaro afirma que Fórum e Globo News estão juntas para levá-lo a uma investigação criminal.
Mas deputado, se você não fez nada de errado, por que está com medo de ser "dragado para alguma investigação" e perder o seu passaporte? Ou seja, ao correr para se defender, Eduardo Bolsonaro confirma o óbvio: que a ação de Elon Musk foi orquestrada com grupos da extrema direita europeia e das Américas.