Uma espiã que já estava lotada há 3 anos no serviço secreto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) cometeu uma verdadeira trapalhada com o envio de e-mails e comprometeu as identidades de dois agentes secretos do Centro de Inteligência Nacional (Cin). O episódio atraiu a Polícia Federal, o Ministério Público Federal e a Justiça, que agora investigam o caso.
O episódio foi revelado nesta quinta-feira (25) pelo portal Metrópoles. De acordo com as informações disponíveis, o e-mail deveria ser enviado apenas a dois agentes secretos, mas acabou sendo passado a outras 18 pessoas. O conteúdo tinha dados sensíveis dos agentes, como fotos dos seus rostos, nomes e funções dentro do Cin.
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Ela disse à PF que teria se equivocado na hora de enviar as mensagens ao acrescentar, sem querer, o grupo com 18 servidores no campo de destinatários. Também alegou que o documento enviado por e-mail foi solicitado pelo próprio Cin, que queria ter maior familiaridade com os agentes secretos.
Mas o documento acabou caindo nas mãos do The Intercept Brasil, que reportou a partir dele uma atuação da Abin que visava defender Flávio Bolsonaro (PL-RJ) no caso das rachadinhas, ainda durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). Os rostos dos espiões aparecem borrados na matéria. Menos um: o de Marcelo Bormevet, que coordena o setor de credenciamento de análise de segurança do Cin. A servidora é tratada como inocente em relação ao vazamento à imprensa.
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Após investigação interna da Abin, chegou-se ao nome de Cristino Ribeiro como o autor do vazamento, e a Casa Civil do Governo Lula demitiu o servidor em fevereiro. Mas a seguir o MPF disse que a investigação seria insuficiente para esclarecer o caso.
“A única prova que tentou individualizar o servidor, a tela do seu desktop, não foi comprovada por laudo pericial”, diz o parecer do MPF. Com esse dado em mãos, a Justiça Federal decidiu inocentar o servidor e arquivar o caso de violação de sigilo funcional contra o servidor. O episódio como um todo segue sendo investigado.