Ontem, Ricardo Nunes sediou um jantar com diversos caciques políticos que apoiam sua campanha. A manchete do Globo "Nunes consolida frente ampla em jantar com caciques e vai adiar decisão sobre vice" faz você pensar que o atual prefeito de São Paulo tenha reunido nomes de diferentes partes do espectro político para apoiar sua candidatura.
Quando pensamos numa frente ampla, é só pensar na base que elegeu o atual o governo federal.
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Lula chamou seu histórico rival Geraldo Alckmin para a vice-presidência, conseguiu apoio de figuras do União Brasil - antigo PSL, partido de Bolsonaro - e chamou Simone Tebet, adversária dele na própria eleição de 2022 para compor o governo em uma importante pasta, o Planejamento.
Isso é uma frente ampla. De difícil equilíbrio, com atritos internos, com comunistas e centro-direitistas disputando espaço dentro do governo federal.
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O jantar pode ser lido como um leilão pelo nome do vice da chapa. Mas nenhuma decisão foi feita até o momento.
A notícia da frente ampla liderada por Nunes no Globo chama a atenção. Afinal, quem do campo progressista ou mesmo do chamado centro político estaria sentado com o prefeito que pleiteia a reeleição?
Estavam no jantar Valdemar Costa Neto (PL), Marcos Pereira (Republicanos), Gilberto Kassab (PSD), Baleia Rossi (MDB) e Antonio Rueda (União Brasil), Tarcísio de Freitas (Republicanos), Rodrigo Garcia (sem partido), Michel Temer (MDB), Paulinho da Força (SD), Tomé Abduch (Republicanos), Milton Leite (UB) e Aldo Rebelo (MDB).
Todos os nomes supracitados são de direita ou extrema direita.
Aldo Rebelo, que poderia ser a exceção da regra e um dia foi do Partido Comunista do Brasil, está mais próximo do partido militar do que nunca.
O fato que talvez dê alguma amplitude para a coalizão são os nomes de Paulinho da Força (SD) e o União Brasil, que apoiam o governo Lula em nível federal e, em São Paulo, vão apoiar o bolsonarismo liderado por Nunes. Mas isso é mais sinal da boa vontade do PT com setores da direita do que uma ampliação do espectro político que apoia o atual prefeito.
Ricardo Nunes está enclausurado entre o tucanato que agoniza, mas não morre, e o bolsonarismo, que não emplacou nenhum candidato para a capital paulista. Difícil chamar de frente ampla.