CARNAVAL DE SÃO PAULO

Gestão Nunes é acusada de pagar camarote com open bar para crianças e adolescentes

Ex-secretário de Cultura de São Paulo, Nabil Bonduki, aponta irregularidades em contratação de serviço para público infanto-juvenil durante o Carnaval 2024

Créditos: Agência Brasil (Wilson Dias) - Gestão do prefeito Ricardo Nunes é acusada de pagar R$ 2,1 mi para camarote com open bar para crianças e adolescente
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O ex-secretário municipal de Cultura de São Paulo, Nabil Bonduki, acusa a gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB) de destinar R$ 2,1 milhões para um camarote open bar (bebida de graça) para crianças e adolescentes no Carnaval 2024.

Bonduzi fez uma postagem no X (antigo Twitter) neste domingo (11) no qual afirma que a gestão de Nunes pagou a quantia milionária ao Grupo Top, em parcela única, para criar um camarote open bar na Sambódromo do Anhembi, que pertence à própria prefeitura.

A justificativa, segundo o ex-secretário, foi usar o espaço por seis dias em janeiro para formação dos jovens da Escola Municipal de Iniciação Artística (EMIA)e da Rede DaOra, ambos da prefeitura.

A EMIA, informa a postagem, é voltada para crianças e adolescentes entre 5 e 13 anos e a Rede Daora para jovens a partir de 14 anos. O contrato foi firmado com a Empresa Top, sem licitação, e com parecer contrário da Procuradora.

O bar, prossegue a denúncia, oferecia caipirinha, cerveja, gin, mojito, refrigerante, agua e suco. Ele informa que está tudo documentado, com acesso pelo site da prefeitura, processo 6025.2024/0001379-9.

Contratação relâmpago

O Grupo Top solicitou patrocínio em 12 de janeiro e obteve aprovação rápida da Secretaria de Cultura, mesmo diante de objeções internas.

Durante o processo, afirma o ex-secretário, a procuradora da secretaria - cujo nome não aparece na postagem - emitiu parece contrário ao pagamento apontando uma série de irregularidades no processo.

"Esse parecer foi ignorado pelo servidor designado para realizar a contratação que deu continuidade. Ente as justificativas para o gasto consta que o local seria usado como espaço de formação dos jovens dos programas EMIA e Rede daOra", escreveu.

Diante das circunstâncias, Bonduki anunciou sua intenção de acionar o Ministério Público para investigar este e outros episódios controversos relacionados à organização do Carnaval pela prefeitura.

"Vamos ingressar com representação no Ministério Público para investigar esse e outros absurdos promovido pela prefeitura na gestão do Carnaval. Enquanto isso, faltaram recursos para os blocos", anunciou.

Ele questiona ainda a pertinência de um espaço open bar voltado a um público infantojuvenil, evidenciando um descompasso entre o uso dos fundos e os objetivos declarados de formação cultural.

"E não para por aí. Dentro do pacote contratado ainda existem 25 ingressos diários com consumação de R$250 para o camarote dessa mesma empresa nos dias oficias de desfile no sambódromo", observou.