Afinal de contas, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), perde ou ganha ao participar do ato convocado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para o dia 25 de janeiro, na avenida Paulista? Na verdade, nem ele sabe. E tem sofrido pressões de todos os lados, tanto para ir quanto para não ir.
A tendência desta quarta-feira (14), segundo pessoas próximas, é que vá, mas ainda não está decidido. Aliados e correligionários tentam de tudo para convencê-lo a não ir. O medo é que Nunes tenha sua candidatura vinculada de vez à extrema direita. Isto significaria um contraponto direto a outro pré-candidato, o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), que está disparado nas pesquisas.
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Lula e Boulos
Boulos terá apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que, além de ter vencido as eleições na capital paulista, vê sua popularidade crescer cada vez mais.
Correligionários de Nunes consideram que ele perde ao ideologizar a campanha, o que inevitavelmente aconteceria caso abraçasse de vez Bolsonaro e seus apoiadores. O melhor para ele, segundo aliados, seria mostrar seu lado gestor.
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Além disso, o apoio ao ex-presidente significaria compactuar com uma série de crimes, entre eles o de concordar com toda a articulação golpista promovida por ele.
Nunes sempre se afirmou um político moderado. O cidadão paulistano tende a votar em políticos com este perfil. Indo à manifestação, essa sua autodefinição tende a ir por água abaixo.
O risco, no final das contas, é que Nunes acabe minguando, a ponto de terminar o pleito disputando os votos da extrema direita com o padre Kelmon.