ORCRIM BOLSONARISTA

Conheça a agência usada pelo pai de Mauro Cid para bancar ida de servidor a acampamento golpista

Saiba o que é a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), que financiou viagem do general Cid a Brasília

General Mauro Cesar Lourena Cid (esq), pai de Mauro Cid (dir).Créditos: Arquivo Pessoal/Divulgação/Montagem
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O general Mauro Lourena Cesar Cid, pai de Mauro Cid, foi nomeado pelo então presidente Jair Bolsonaro (PL) para chefiar o escritório de Miami, nos EUA, da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex). Acontece que no final de 2022, quando Lula (PT) já havia ganho as eleições presidenciais, ele usou recursos do órgão federal para ir a Brasília, junto com um dos funcionários a ele subordinados, para visitar o acampamento golpista montado diante do Quartel-General do Exército.

A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) não é necessariamente um órgão estatal, mas um serviço social autônomo. Funciona como uma pessoa jurídica de direito privado, de interesse público e sem fins lucrativos. Até 2016 formava parte da estrutura do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e, desde o Governo Temer, foi transferida para o Itamaraty.

Conforme diz o site da Apex, seu principal objetivo é “promover os produtos e serviços brasileiros no exterior e atrair investimentos estrangeiros para setores para a economia brasileira”. Por isso a agência é composta por uma série de escritórios em cidades no exterior.

O financiamento da estrutura se dá por meio do sistema S, que vem de contribuição compulsória de 2,5% sobre a folha de pagamento das empresas brasileiras. Por essa razão, suas contas estão submetidas ao Tribunal de Contas da União (TCU). O orçamento aprovado em 2022 para a Apex foi de R$ 1,3 bilhão.

O pai de Mauro Cid, a Apex e o acampamento golpista

A informação sobre o uso da Apex pelo general Cid foi revelada nesta terça-feira (2) por reportagem do Uol. De acordo com a matéria, a viagem aconteceu entre 26 de novembro e 11 de dezembro de 2022 e foi registrada na Apex. A justificativa era o comparecimento a uma confraternização do órgão que estava marcada para o início de dezembro.

Naqueles mesmos dias, em 3 de dezembro, o general Cid e Michael Rinelli, diretor de investimentos da Apex Miami, foram filmados circulando pelo acampamento golpista de Brasília. Ao todo, a viagem custou mais de R$ 9 mil para os cofres da agência. Os custos, entretanto, não contemplam as passagens aéreas que foram adquiridas por meio de empresa terceirizada.

Uma vez em solo brasileiro para a confraternização, o general Cid teria convidado Rinelli e um outro funcionário da Apex para visitar a área militar da capital. Chegando lá, aproveitou para passear pelo acampamento.

A vinda do general Cid ao Brasil ocorreu no mesmo intervalo em que Bolsonaro realizou reuniões com aliados e com comandantes das Forças Armadas que agora são investigadas pela Polícia Federal no âmbito da trama golpista. O pai de Mauro Cid ainda é investigado no escândalo das joias sauditas, suspeito de ter ido aos EUA com o objetivo de vender os objetos subtraídos do acervo da Presidência da República. Ele chegou a fazer uma foto tipo ‘selfie’ ao lado de uma das joias.