TRIBUTO

VÍDEO: Em homenagem a Marielle Franco, parlamentares cobram punição de mandantes

Evento aconteceu na Câmara dos Deputados para marcar seis anos do assassinato da vereadora

Homenagem a Marielle Franco na Câmara.Créditos: Mario Agra/Câmara dos Deputados
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A Câmara dos Deputados realizou, nesta terça-feira (26), uma sessão em homenagem a Marielle Franco e Anderson Gomes, assassinados em 14 de março de 2018. Na ocasião, deputados e convidados reforçaram a cobrança por justiça e punição dos mandantes, presos no último domingo (24), em operação realizada pela Polícia Federal (PF).

“É preciso fazer justiça, e que ela seja completa”, disse a deputada federal Benedita da Silva (PT-RJ). A víuva de Anderson, Agatha Amaus, também declarou que espera “muito mais". Ela também citou os últimos desdobramentos da invstigação da PF, que apontou que o delegado designado para o caso no Rio de Janeiro, Rivaldo Barbosa, era também um dos mandantes do assassinato.

"As pessoas que deveriam ficar investigando e nos dando as respostas verdadeiras, na verdade, estão escolhendo matar. Estão escolhendo ocultar informações. Estão escolhendo nos enganar", disse.

Fotos: Mario Agra/Câmara dos Deputados

A sessão foi um pedido da deputada Talíria Petrone (PSOL-SP), que além de ter trabalhado com Marielle, também foi sua amiga pessoal. Ela reforçou a demora para concluir as investigações. "Seis anos é tempo demais. Seis anos é um tempo insuportável diante da gravidade que foi para a democracia brasileira a execução política de Marielle Franco e de Anderson", declarou. 

A deputada Maria do Rosário (PT-RS) ressaltarou a importância do andamento da investigação. "Não podemos dizer se chegamos totalmente ao esclarecimento, mas podemos dizer que um passo importante nessa semana foi dado", disse.

Gleisi Hoffmann, deputada e presidente do PT, afirmou que ainda é preciso uma "investigação da investigação" para descobrir por que o crime levou seis anos para ser solucionado. "Por que durante o governo Bolsonaro não se avançaram nas investigações sobre a morte de Marielle e Anderson? Por que o governo do Rio de Janeiro não se deixou avançar também as investigações sobre o assassinato? Essas perguntas devem também ser para nossa referência",

O ministros dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, declarou que o assassinato de Marielle e Anderson marcou o início de um processo de degradação institucional da sociedade brasileira, que revelou a "entranha de um estado apodrecido e de uma sociedade conivente”.

"Os assassinos — esses facínoras, esses canalhas que foram presos ontem, que participaram disso — subestimaram a força do povo brasileiro. É por isso que estamos aqui hoje. Eles acharam que estavam matando mais uma mulher negra, mais uma trabalhadora, mais uma vereadora, que ninguém ia dar conta, como geralmente o Estado brasileiro não dá conta de pessoas que morrem e têm essas características. Eles erraram redondamente e se enganaram", também declarou o ministro.

A deputada Erika Hilton reforçou as palavras da viúva de Anderson, afirmando que os esclarecimentos "estarrecedores", como classificou, não trazem alívio, mas sim revolta, preocupação e indignação. Por outro lado, também comemorou o avanço das investigaçãos. "Este crime brutal contra a vida de uma companheia não poderia mais permanecer impune", disse.

Jandira Feghali (PCdoB-RJ), Tarcísio Motta (PSOL-RJ), Luiza Erundina (PSOL-SP), Lídice da Mata (PSB-BA), Reimont (PT-RJ), Dandara (PT-MG), Sâmia Bomfim (PSOL-SP), Professora Luciene Cavalcante (PSOL-SP) e Reginete Bispo (PT-RS) também participaram da homenagem.

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