CASO MARIELLE

Delação de Lessa pode levar a mais investigações sobre "ecossistema criminoso'" no Rio, diz Dino

Ministro do STF deu declaração durante voto para manter prisões de supostos mandantes do assassinato de Marielle Franco

Flávio Dino fala em "ecossistema criminoso" no Rio após delação de Lessa.Créditos: Fellipe Sampaio/SCO/STF
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Durante seu voto para manter a prisão dos irmãos Domingos e Chiquinho Brazão, além do delegado Rivaldo Barbosa, apontados como mandantes da morte de Marielle Franco, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF),  Flávio Dino, apontou que a delação de Ronnie Lessa pode levar a mais investigações sobre "ecossistema criminoso" no Rio de Janeiro. 

A leitura das peças processuais revela a possibilidade de configuração de um autêntico ecossistema criminoso em uma unidade federada, o que pode gerar a continuidade das investigações, em um ou mais inquéritos policiais, a critério das autoridades competentes. 

O ministro também declarou que "tal situação justifica as medidas cautelares determinadas, visando à execução do devido processo legal em relação aos investigados”. 

A Polícia Federal já declarou a investigação como encerrada após a prisão dos mandantes do crime. A decisão da PF indica que a delação de Lessa pode ter ajudado a esclarecer outros crimes no Rio.

Em entrevista coletiva após a operação, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, afirmou que é possível que surjam mais elementos, em relatório suplementar da PF, mas que "nesse momento, os trabalhos foram dados como encerrados".

“O trabalho se encerra até que venham, eventualmente, novos elementos. No momento temos bem claro quem são executores do crime odioso, hediondo e de natureza política. A polícia identificou os mandantes e demais envolvidos”, afirmou o ministro. 

Prisão dos mandantes 

Neste domingo (24), Domingos Brazão, atual conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, seu irmão Chiquinho Brazão, deputado federal do Rio de Janeiro e o ex-chefe de Polícia Civil, Rivaldo Barbosa, foram presos apontados como mandantes do crime. Rivaldo também é suspeito de ter obstruido as investigações sobre o caso

As prisões foram realizadas na operação "Murder Inc.", deflagrada de forma conjunta entre a PF, Procuradoria-Geral da República (PGR) e Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ). Além das detenções, foram cumpridos 12 mandados de busca e apreensão, todos no Rio de Janeiro, expedidos pelo STF.