O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (MP-TCU) entrou com um pedido, nesta terça-feira (19), para que o Partido Liberal (PL) se torne réu em processo que cobra R$100 milhões de financiadores dos atos golpistas de 8 de janeiro.
O texto, enviado à presidência do TCU, também pede o bloqueio de R$ 27 milhões do partido - valor que, de acordo com o subprocurador Lucas Rocha Furtado, equivale aos prejuízos causados pelos ataques à sede dos Três Poderes. A análise do pedido será feita pelo ministro Bruno Dantas.
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Segundo Furtado, a participação do PL na trama golpista e nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro está comprovada pelas operações Tempus Veritatis (Hora da Verdade, em latim) e Lesa Pátria da Polícia Federal (PF).
"Verificando-se que a estrutura de um partido político foi utilizada para operacionalizar financeiramente o cometimento de supostos crimes, consistentes em associação criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado, está-se diante, por mais aberrante que isso possa ser, da destinação de recursos públicos, geridos pelo Partido Liberal, para o cometimento de eventuais ilícitos penais", diz um trecho do documento.
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Atuação do PL nos atos golpistas
O relatório da PF enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) comprova que estruturas e recursos financeiros do PL foram utilizados para articulação da trama golpista com a intenção de impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Além disso, também ficou comprovada a utilização de uma residência alugada pelo PL para instalação do "QG do golpe". Ainda segundo a PF, o presidente do partido, Valdemar Costa Neto, foi o "principal fiador" de questionamentos sobre o processo eleitoral de 2022.
Outras comprovações se referem a mensagens encontradas no celular de Mauro Cid, além de depoimento do próprio militar assumindo que o general Walter Braga Netto o orientou a procurar o PL para conseguir ajuda de custo de R$ 100 mil para levar os apoiadores do golpe até Brasília.