TERROR BOLSONARISTA

Novas mensagens do celular de Mauro Cid podem implicar Bolsonaro: "nitroglicerina pura", diz deputado

Ex-ajudante de ordens recorreu ao STF para permanecer em silêncio na CPMI dos Atos Golpistas. Depoimento preocupa Bolsonaro, que deve ser condenado no TSE antes de responde pelos crimes na Justiça.

Jair Bolsonaro e Mauro Cid.Créditos: PR
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A inelegibilidade que deve ser decretada nesta quinta-feira (29) pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deve ser apenas a primeira das várias derrotas que Jair Bolsonaro (PL) sofrerá nos próximos dias. Uma preocupação do ex-presidente, no entanto, é latente: o depoimento de seu ex-ajudante de ordens, o tenente-coronel Mauro Cid, à CPMI dos Atos Golpistas, que acontece na próxima terça-feira (4).

Membro titular e uma das vozes mais consistentes entre os governistas na comissão, Rogério Correia (PT-MG) afirma que novas revelações sobre conversas do celular de Mauro Cid podem vir à tona até a oitiva do militar. E podem implicar diretamente Bolsonaro.

"O Mauro Cid está tão encalacrado que, realmente, o celular dele é uma nitroglicerina pura. Isso do que a gente sabe, porque o que ouvi dizer é que o telefone dele tem muito mais coisa além do que foi revelada. Coisas que ligam diretamente ao ex-presidente Jair Bolsonaro", afirmou em entrevista ao Fórum Café na manhã desta quinta-feira (29).

Segundo Correia, a Polícia Federal (PF) ainda não terminou a diligência no celular, que foi apreendido. As informações devem ser compartilhadas com a Comissão.

"A PF ainda não divulgou tudo, pois ainda está em diligência. Tem muita coisa em segredo, tanto do telefone dele quanto do caso Mauro Cid. Vamos ver se até a semana que vem conseguimos revelar", afirmou.

Cid obteve no Supremo Tribunal Federal (STF) o direito de ficar em silêncio em pergunta que possam incrimá-lo na CPI. A estratégia, no entanto, pode complicar ainda mais a vida do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

"Ele pode permanecer em silêncio naquilo que possa formar provas contra ele, nos outros assuntos, não. Ele na PF ficou em silêncio, então a tendência é que fique em silêncio. Tomara que não. O problema do silêncio é que isso posteriormente conta muito contra ele no relatório final. De certa forma, o silêncio denuncia também, é uma prova contra ele. Não quis se defender. Pode ser agravada a pena dele, diante da leitura que o Supremo faça do silêncio dele".

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