Entregue à articulação golpista para tentar impedir a posse de Lula, a deputada Carla Zambelli (PL-SP) tentou pressionar o então comandante da Força Aérea Brasileiro (FAB), o brigadeiro do ar Carlos Almeida Baptista Júnior, a aderir ao golpe pró Jair Bolsonaro (PL).
O militar, que resistia aos achaques de militares do governo, deu uma invertida na parlamentar extremista. O relato foi feito pelo próprio Baptista Júnior em depoimento à Polícia Federal.
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A Fórum teve acesso ao documento, que teve o sigilo levantado nesta sexta-feira (15) pelo ministro Alexandre de Moras, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Baptista Júnior narrou à PF que foi procurado por Carla Zambelli no dia 8 de dezembro durante formatura de aspirantes da FAB em Pirassununga, no interior de São Paulo.
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Dias antes, ele esteve em uma reunião com Bolsonaro juntamente com outros comandantes das Forças Armadas, quando rechaçou que participaria de quaisquer atos contra a democracia.
"Brigadeiro, o senhor não pode deixar o presidente Bolsonaro na mão", disse Carla Zambelli, tentando atrair a atenção do militar.
Baptista Júnior, no entanto, diz que não pensou duas vezes e detonou a tentativa de coação da extremista.
"Deputada, entendi o que a senhora está falando e não admito que a senhora proponha qualquer ilegalidade", fulminou o brigadeiro, reportando a tentativa de achaque ao ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, que também tentaria cooptar o apoio do colega dias depois.