O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) admitiu a Tucker Carlson que tem medo de ser preso. A confissão foi ao ar na última quinta-feira (29) nas redes sociais do ex-âncora da Fox News, famoso por ser um ferrenho defensor da extrema direita dos EUA e internacional.
A conversa entre eles foi um verdadeiro festival de fake news. Além do filho ‘zero-três’ de Bolsonaro, também participou da entrevista Paulo Figueiredo, comunicador de extrema direita ex-Jovem Pan e neto do ditador João Figueiredo.
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Após deixar a Fox News Carlson começou um projeto pessoal de comunicação que ganhou alguma notoriedade nas últimas semanas por entrevista com Vladimir Putin, o presidente da Rússia. Na conversa com Bolsonaro e Figueiredo ele afirmou que o Brasil tem um governo pró-China que foi eleito mediante fraude nas eleições.
Logo após a descabida declaração do estadunidense, Eduardo Bolsonaro concordou e disse que “precisa tomar cuidado” com suas palavras, uma vez que o tema é “sensível” no Brasil. Em seguida, o apresentador pediu maiores explicações ao deputado.
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“Tem um congressista na cadeia porque fez um vídeo, Tucker, falando coisas ruins sobre a Suprema Corte. Esse homem, um congressista, foi condenado a 9 anos. Seu nome é Daniel Silveira”, contou.
O vídeo que Eduardo Bolsonaro se refere é um gravado em 2021 por Silveira. Na ocasião, o então deputado disse que Gilmar Mendes vendia habeas corpus, que imaginava Fachin “tomando uma surra” e xingou outros ministros do STF. Hoje ele está preso, com mandato cassado e expulso do PTB de Roberto Jefferson, que atirou contra policiais federais. Chocado com a história, Tucker Carlson então pergunta a Eduardo se o Brasil é um país livre.
“No Brasil temos alguns artigos na Constituição que garantem a senadores e congressistas, como eu, que você não receba nenhum tipo de punição sobre o que fala. Nós temos liberdade de expressão no Brasil, ao menos na Constituição. Mas esse deputado está na prisão e as coisas estão piorando”, finaliza Eduardo, visivelmente preocupado em ter o mesmo destino de Silveira.
Carlson termina o assunto se dizendo “impressionado” com a situação. “Obviamente o Brasil não é um país livre levando isso em consideração”, finalizou. Eduardo então aproveitou a deixa para reafirmar a narrativa extremista lembrando os casos de Allan dos Santos, Rodrigo Constantino e do próprio Paulo Figueiredo como se fossem “vítimas de perseguição” e não cidadãos brasileiros que propagaram desinformação e/ou cometeram crimes.
Allan dos Santos está nos EUA para onde fugiu após ter tido um pedido de prisão preventiva expedido pelo STF em 2021. Acusado de ameaçar a Suprema Corte e espalhar fake news, também foi banido das redes.
Já Figueiredo e Constantino, outrora comentaristas de grande alcance na Jovem Pan, foram afastados dos seus cargos em janeiro por conta de um inquérito instaurado contra a emissora pelo Ministério Público Federal de São Paulo. A empresa é acusada de propagar desinformação e fazer agitação midiática de atos golpistas e antidemocráticos.
“Sempre existe o risco de ser preso pela Suprema Corte. Para ser sincero, não é toda a Suprema Corte, mas um ministro chamado Alexandre de Moraes. Ele abriu uma investigação por mais de 5 anos perseguindo, normalmente, conservadores. Então, estes cavalheiros, Allan dos Santos, Paulo Figueiredo e Rodrigo Constantino, estão morando aqui porque estão censurados no Brasil”, finalizou Eduardo.