O ministro Paulo Pimenta, da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom), veio a público na tarde desta terça-feira (20) para desmentir declarações de Israel Katz, o chanceler de Israel, que atribuíram ao presidente Lula (PT) discursos antissemitas e de negação do Holocausto.
No último domingo, em Adis Adeba, na Etiópia, Lula comparou o genocídio palestino na Faixa de Gaza com a matança de judeus promovida na Alemanha pelo ditador nazista Adolf Hitler, durante a Segunda Guerra Mundial. Nenhum líder estrangeiro, com exceção dos israelenses, condenou a fala de Lula. E, dentro da América do Sul, o petista tem encontrado concordância com lideranças regionais como o presidente da Colômbia Gustavo Petro e o ex-presidente da Bolívia Evo Morales.
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Nesse contexto, o chanceler israelense voltou a cobrar desculpas de Lula nesta terça (20). “Milhões de judeus em todo o mundo estão à espera do seu pedido de desculpas. Como ousa comparar Israel a Hitler? Sua comparação é promíscua e delirante, uma vergonha para o Brasil e um cuspe no rosto dos judeus brasileiros. Ainda no é tarde para aprender História e pedir desculpas. Até, continuará sendo persona non grata em Israel”, disse o chanceler.
E como se não bastasse, a conta oficial do Estado de Israel no X, antigo Twitter, voltou a repetir mentiras de que Lula negaria o Holocausto em publicação que tenta fazer um deboche em relação à visão que os israelenses e outros estrangeiros teria do Brasil.
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Mas a declaração não passou em branco.
“O chanceler de Israel, Israel Katz, distribui conteúdo falso atribuindo ao presidente Lula opiniões que jamais foram ditas por ele. Em nenhum momento o presidente fez críticas ao povo judeu, tampouco negou o Holocausto. Lula condena o massacre da população civil de Gaza promovido pelo governo de extrema direita de Benjamin Netanyahu, que já matou mais de 30 mil palestinos, entre eles, 10 mil crianças. Desde o primeiro dia, o presidente Lula condenou como terroristas os ataques do Hamas contra o povo de Israel”, escreveu Paulo Pimenta.
O ministro-chefe da Secom ainda lembrou que o Brasil apresentou na ONU uma resolução para o cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza e que o próprio Estado de Israel boicotou. Além disso, fez duras críticas ao governo de Netanyahu que "se nutre da guerra para manter-se no poder" e apontou que a própria população israelense tentava tirá-lo do poder antes do conflito escalar em outubro passado.
“Durante a presidência do Conselho de Segurança da ONU, o Brasil apresentou uma resolução de imediato cessar-fogo, comprovando o compromisso do país com a paz na região. Historicamente o presidente Lula defende a coexistência de dois Estados como solução definitiva para o conflito entre Israel e Palestina. O Governo Netanyahu se nutre da guerra para se manter no poder. A maioria da população israelense rejeita a política extremista do governo e a comunidade internacional cobra o fim dos ataques em Gaza. Isolado, o governo de Israel adota prática da extrema-direita e aposta em Fake News para tentar se reafirmar interna e internacionalmente", finalizou o ministro.