ORCRIM BOLSONARISTA

Eduardo Pazuello emprega general golpista e advogado de milicianos em seu gabinete

General Mario Fernandes, que fazia parte do "Núcleo de Oficiais de Alta Patente com Influência" na OrCrim golpista de Bolsonaro, tem "cargo de natureza especial" no gabinete do ex-ministro da Saúde.

Eduardo Pazuello e Jair Bolsonaro.Créditos: Reprodução / Youtube
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Ex-ministro da Saúde, que foi eternizado pela frase "um manda, outro obedece" ao lado de Jair Bolsonaro (PL) durante a pandemia, Eduardo Pazuello (PL-RJ) emprega em seu gabinete na Câmara dos Deputados o general Mario Fernandes, que esteve na reunião golpista de 5 de julho.

Segundo a Polícia Federal (PF), Fernandes fazia parte do "Núcleo de Oficiais de Alta Patente com Influência e Apoio a Outros Núcleos" da Organização Criminosa golpista, comandada por Bolsonaro, que tinha como objetivo "influenciar e incitar apoio aos demais núcleos de atuação por meio do endosso de ações e medidas a serem adotadas para consumação do Golpe de Estado".

Fernandes atua em "cargo de natureza especial" no gabinete de Pazuello, com salário bruto de mais de R$ 14 mil. 

O general, que entrou para a reserva em agosto de 2020, recebe ainda mais de R$ 33 mil na caserna. Após deixar o posto no Exército, Fernandes passou por seis cargos no governo, todos eles na Presidência da República durante o governo Bolsonaro.

Advogado de milicianos

Além de Fernandes, Pazuello emprega em seu gabinete o advogado criminalista Zoser Plata Bondim Hardman de Araújo, com salário de mais de R$ 16 mil como secretário parlamentar

Araújo ficou conhecido por ter defendido milicianos no Rio de Janeiro. Ele já advogou para o ex-tenente da PM do Rio de Janeiro Daniel Santos Benitez Lopez, condenado pelo assassinato da juíza Patrícia Acioli, morta em 2011. Também foi advogado do ex-policial civil Wallace de Almeida Pires, o Robocop, demitido da polícia em 2012 após acusação de integrar a milícia de Gardênia Azul, no Rio, e que foi morto em 2019.

O advogado já havia atuado como assessor especial do Ministério da Saúde na gestão de Pazuello. No portal Transparência do governo Federal, Araújo não tem registro em cargos, mas aparece como beneficiário de um pagamento sigiloso no valor de R$ 85.530,78.

Ele também foi citado na CPMI da Covid por e-emais em que teria negociado sem credenciais a aquisação de vacinas da Pfizer.