O ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, se pronunciou na manhã deste domingo (18) sobre a prisão de um homem negro pela Brigada Militar - equivalente à PM - do Rio Grande do Sul após ser alvo de uma tentativa de homicídio por um homem branco, que tentou desferir uma facada.
O caso ocorreu na tarde deste sábado (17) e diversos vídeos da situação circulam nas redes. As imagens mostram que o homem negro é questionado pelo militar enquanto o agressor conversa tranquilamente com outra autoridade.
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O militar puxa o homem negro pela camisa, que pede para ser solto, já que não fez nada de errado - pelo contrário, é a vítima da situação. No entanto, o militar ainda empurra o homem contra a parede e o prende.
Na rede X, Almeida afirmou que o caso "demonstra, mais uma vez, a forma como o racismo perverte as instituições e, por consequência, seus agentes" e anunciou ação conjunta com a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco.
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"É preciso que as instituições passem a analisar de forma crítica o seu modo de funcionamento e aceitar que em uma sociedade em que o racismo é estrutural, medidas consistentes e constantes no campo da formação e das práticas de governança antirracista devem ser adotadas. Em outras palavras, é preciso aceitar críticas e passar a adotar medidas sérias de combate ao racismo em nível institucional", diz o ministro.
"Conversei com a Ministra Anielle Franco e entraremos em contato com as autoridades gaúchas para acompanhar o caso e ajudar na construção de políticas de maior alcance", emendou.
Deputado do PSOL se envolve no caso
O deputado estadual Matheus Gomes (PSOL-RS) afirmou que acionou seus advogados para acompanharem o caso.
"O homem negro, agredido pelo senhor branco e sem camisa, denunciou o caso para os policiais. Mas, no meio da situação, foi preso por ‘resistência’. Sei como é, até por que já ocorreu comigo. É um absurdo, mas é o racismo que ainda impera na Brigada Militar! Estou em contato com advogados, além de pessoas que acompanharam tudo e estão no Palácio da Polícia como testemunhas da vítima”, publicou.
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), se manifestou sobre o caso e afirmou que determinou, via Corregedoria da Brigada Militar, a "abertura de sindicância para ouvir imediatamente testemunhas e apurar as circunstâncias da ocorrência, com a mais absoluta celeridade". O governador também disse que reforça sua absoluta confiança na Brigada Militar e nos homens e mulheres que compõem nossas forças de segurança".