RACISMO EM PORTO ALEGRE

Homem negro sofre tentativa de homicídio, mas ao denunciar, é preso no lugar do agressor branco

Governador Eduardo Leite se pronuncia. A vítima, que levou uma facada no pescoço, foi levada para a delegacia pela Brigada Militar; agressor foi detido pela população

Homem negro é preso no lugar de seu agressor, um homem branco, em Porto Alegre.Créditos: Reprodução/ Vídeo
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Um homem negro foi vítima de uma tentativa de homicídio em Porto Alegre (RS), mas ao chamar a Brigada Militar, foi preso no lugar do agressor, um homem branco. O caso ocorreu na tarde deste sábado (17) e diversos vídeos da situação circulam nas redes.

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Pelo relato das testemunhas nas imagens divulgadas, o homem branco tentou dar uma facada no pescoço da vítima. Ambos ainda não foram identificados.

Os vídeos que circulam pelo X (antigo Twitter) mostram que o homem negro é questionado pelo militar enquanto o agressor conversa tranquilamente com outra autoridade.

Ao afirmar que trabalha no local, a vítima é contestada pelo agressor e rebate, falando para que mostre novamente a faca que usou para ameaçá-lo. 

Em seguida, o militar puxa o homem negro pela camisa, que pede para ser solto, já que não fez nada de errado - pelo contrário, é a vítima da situação. No entanto, o militar ainda empurra o homem contra a parede e o prende. 

As testemunhas se manifestam pedindo para que o homem seja solto e reforçam que a situação é um caso de racismo. Enquanto isso, o homem branco sai de cena livremente. 

Veja as imagens

De acordo com outros posts no X, o agressor só foi levado junto ao homem negro para a delegacia após mobilização da população. Além disso, as testemunhas também foram para o local na tentativa de conseguir a liberdade da vítima. 

Deputado do PSOL se envolve no caso

O deputado estadual Matheus Gomes (PSOL-RS) afirmou que acionou seus advogados para acompanharem o caso.

"O homem negro, agredido pelo senhor branco e sem camisa, denunciou o caso para os policiais. Mas, no meio da situação, foi preso por ‘resistência’. Sei como é, até por que já ocorreu comigo. É um absurdo, mas é o racismo que ainda impera na Brigada Militar! Estou em contato com advogados, além de pessoas que acompanharam tudo e estão no Palácio da Polícia como testemunhas da vítima”, publicou.

Nota do governador

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), se manifestou sobre o caso e afirmou que determinou, via Corregedoria da Brigada Militar, a "abertura de sindicância para ouvir imediatamente testemunhas e apurar as circunstâncias da ocorrência, com a mais absoluta celeridade". O governador também disse que reforça sua absoluta confiança na Brigada Militar e nos homens e mulheres que compõem nossas forças de segurança".