SAÚDE MENTAL

Davi: Anielle Franco fala em política pública após assédio e racismo no BBB 24

Ministra da Igualdade Racial se pronunciou após assédio de Boninho para que Davi seguisse no programa, mesmo depois do brohter dizer que está com o "emocional abalado" e que teme enfartar por causa dos ataques racistas que vem sofrendo.

Anielle Franco e Davi, do BBB, chorando em frente ao botão de desistência: racismo e assédio.Créditos: Walisson Braga MIR / Reprodução TV Globo
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Ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco foi às redes sociais neste domingo (11) se pronunciar sobre os ataques racistas ao motorista de aplicativos Davi Brito, participante do BBB 24.

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Neste domingo (11), Davi se mostrou bastante abalado com as críticas de Wanessa Camargo, filha do sertanejo Zezé di Camargo, e do cantor Rodriguinho no reality.

Aos prantos em frente ao botão de desistência, o baiano cogitou deixar o programa que, segundo ele mesmo, estaria lhe ocasionando problemas físicos e mentais.  

"Meu emocional tá abalado e isso tá me causando danos físicos. E se eu enfartar? E se eu tiver um AVC? É a minha saúde!", confessou em conversa com Isabelle.

No entanto, em vez de prestar atendimento psicológico ao participante, o diretor do programa, José Bonifácio Brasil de Oliveira, o Boninho, pressionou o jovem e, claramente, cometeu um assédio moral para que ele decidisse continuar no programa.

Para "convencer" Davi a ficar, Boninho ameaçou tirar "tudo" do rapaz, incluindo a bolsa de estudos para cursar Medicina, um sonho de Davi, que ele ganhou de um dos patrocinadores do reality da Globo.

“Você sabe que você saindo perde tudo. Você tem consciência disso? Você perde a faculdade. Perde tudo", ameaçou Boninho.

Nas redes, Anielle falou que o racismo e o assédio faz com que muitos jovens negros tirem a própria vida.

"O que aconteceu com Davi hoje é o que, infelizmente, acontece com a juventude negra quase todos os dias. Não por acaso ou coincidência, são os jovens negros, majoritariamente homens, com a média de idade do Davi, as pessoas que mais tiram a própria vida no Brasil", afirmou.

A ministra ainda anunciou que está desenvolvendo um programa, em parceria com o Ministério da Saúde, justamente por causa do problema.

"Temos conversado desde o início da gestão no MIR, com o Ministério da Saúde para a elaboração de uma política pública de saúde mental com foco na juventude negra, para que a consequência do racismo, da deslegitimação, da desumanização e da exclusão não seja a retirada da própria vida", disse Anielle.