Ex-ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania, a deputada Maria do Rosário (PT-SP) defendeu, em entrevista ao Fórum Onze e Meia desta terça-feira (3), a extinção das Forças Especiais do Exército, onde se formam os chamados "kids pretos", grupo militar que se envolveu diretamente na tentativa de golpe de Estado planejado pela organização criminosa (OrCrim) comandada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Segundo Rosário, é "impossível pensar que o Brasil pode ser democrático com essas Forças Armadas" e necessário que se pense numa reestruturação da formação de militares, ainda baseada no conceito da Guerra Fria, quando viam "comunistas" como inimigos internos.
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"Não é possível que não haja o olhar externo das Forças Armadas. Eu por exemplo me somo àqueles que querem ver extintos grupos como os Kids Pretos. Nós precisamos extinguir esses tipo de organização que continua no cenário do Brasil com a lógica do inimigo interno", afirmou.
"Se eles nos tomam como inimigos, precisamos dizer que essa organização que proliferou por dentro dos kids pretos e esse conjunto de militares e civis envolvidos com o bolsonarismo são inimigos do Brasil, da democracia e não podem ser tratados com leniência", emendou a deputada.
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Rosário afirma ainda que o golpe tentado por Bolsonaro, na verdade, é uma continuação de outros golpes e tentativas ocorridas no Brasil desde a redemocratização.
"O golpe no Brasil contra a democracia, o povo, a soberania e a nação, é continuado. Ele vem vindo por várias etapas e capítulos. O tipo de ataque à presidenta Dilma [Rousseff], o impeachment sem provas, a prisão de Lula e a articulação via Sergio Moro, Dallagnol e a horda contrária à lei por dentro do Ministério Público. E se a gente se enganou uma vez é bom não se enganar outras", afirmou.
"O primeiro engano que a gente teve é de que a democracia brasileira estava consolidada. Pós 1988, a democracia brasileira nunca esteve consolidada. Ela esteve controlada. Porque toda vez que os setores populares chegam ao poder, a ameaça de desestabilização acontece", emendou a deputada.
Assista a entrevista ao Fórum Onze e Meia.