CASERNA GOLPISTA

Advogado de Braga Netto ataca Mauro Cid e pede acareação: "mentiroso contumaz"

Juca, que se definiu como "um advogado de guerra", ainda sinalizou que deve usar reportagem da revista Veja para sustentar a tese de que Cid foi "pressionado" pela PF: "Aquela voz era de quem? Aquela voz era do Pado Donald?"

Mauro Cid em depoimento á CPMI no Senado e Braga Netto no Planalto ainda na era Michel Temer.Créditos: Agência Senado / Presidência da República
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Há 10 dias atuando na defesa do general Walter Braga Netto, que está preso por tramar o assassinato de Lula, Geraldo Alckmin (PSB) e Alexandre de Moraes na facção homicida do Organização Criminosa golpista de Jair Bolsonaro (PL), o advogado José Luis de Oliveira Lima, o Juca, atacou frontalmente o tenente-coronel Mauro Cid, e pede acareação entre os dois militares.

"Eu vou pedir uma acareação entre o Braga Netto e o Cid. Eu quero os dois ali um na frente do outro", afirmou Juca. O tenente coronel, no entanto, já teria dito a interlocutores que não pretende fazer quaisquer acareações para evitar voltar aos holofotes.

Em longa entrevista à Globonews, o advogado de Braga Netto expôs o racha entre as defesas dos 40 indiciados pela Polícia Federal (PF) por golpe de Estado e enfatizou a linha de ataque a Cid, que firmou acordo de delação premiada e apresentou provas da atuação da OrCrim.

Mesmo com acesso às mais de 40 mil páginas do relatório da PF, que mostram provas de atuação de Braga Netto como peça central da OrCrim, Juca tentou a todo momento atacar Cid, classificando por diversas vezes o tenente coronel, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, como "mentiroso contumaz".

"O Cid prestou 11 depoimentos. Foi, voltou, mentiu, tentou corrigir a mentira, a defesa soltou notas e notas", afirmou de maneira exaltada. 

"Para ficar no evento da reunião de novembro de 2022 [quando teria sido tramado o plano de assassinato das autoridades]... O Cid presta depoimento e diz: olha, nós fomos na casa do general Braga Netto, tiramos uma foto, conversamos ali amenidades. Oito meses depois, quando ele estava em risco de perder mais uma vez sua colaboração porque é um mentiroso contumaz, um mentiroso contumaz. Ele vinculou um ingrediente, uma entrega de dinheiro por parte de Braga Netto para financiar o suposto golpe. E não é um detalhe qualquer. É uma questão central e ele esqueceu disso nos outros 11 depoimentos?", indagou.

Juca, que se definiu como "um advogado de guerra, que adora embate" ainda sinalizou que deve usar reportagem da revista Veja, de setembro de 2024, para sustentar a tese de que Cid foi "pressionado" pela PF em sua delação - mesmo com o militar negando em depoimento aos investigadores.

"Aquela voz era de quem? Aquela voz era do Pado Donald? Não, aquela voz era dele. E ele diz textualmente que a polícia estava obrigando ele a falar o que não queria falar", disse, sobre os áudios divulgados pela revista.

Juca - que já defendeu nomes como Zé Dirceu e Leo Pinheiro, da OAS - ainda voltou a enfatizar que Braga Netto não fará acordo de delação premiada porque "não cometeu crime algum".

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