O advogado José Luis de Oliveira Lima, responsável pela defesa do general Walter Braga Netto, descartou a possibilidade de delação premiada e criticou duramente Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, chamando-o de "mentiroso contumaz".
As declarações foram feitas em entrevista ao programa Estúdio I, da GloboNews desta sexta-feira (27).
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"A delação é um meio de defesa que deve ser usado com critério, mediante apresentação de provas e por quem praticou um crime. No caso do general Braga Netto, ele não pode utilizar deste meio de defesa por um motivo simples: ele não cometeu crime algum", afirmou Oliveira Lima.
Braga Netto foi preso pela Polícia Federal em 7 de dezembro, sob a acusação de envolvimento em uma suposta organização golpista que, no final de 2022, teria articulado ações para impedir a posse de Lula e beneficiar Bolsonaro, derrotado nas urnas.
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Críticas à delação de Mauro Cid
O advogado também rebateu as acusações feitas por Mauro Cid em sua delação premiada.
"Como dar credibilidade a um sujeito que mentiu o tempo inteiro e estava desesperado?", questionou, mencionando que Cid passou 129 dias preso antes de colaborar com as investigações.
A defesa de Braga Netto assumiu o caso em 17 de dezembro, mas Oliveira Lima declarou que ainda não teve acesso completo ao processo. Ele também criticou o uso de conversas no WhatsApp como base para incriminar o general, alegando que as mensagens podem estar fora de contexto.
Entre os elementos investigados, está um diálogo em que Braga Netto, poucos dias antes do fim do governo Bolsonaro, teria prometido um cargo a um indicado caso "a gente continue". Sobre isso, Oliveira Lima disse que seria "imprudente" interpretar ou rebater as mensagens sem acesso integral aos documentos.
"O que posso afirmar, com base nos diálogos que tive com Braga Netto, é que ele nega veementemente qualquer participação em tentativa de golpe de Estado", afirmou o advogado.
Defesa da carreira e caráter do general
Oliveira Lima definiu a prisão como "desprovida de apoio em prova sólida" e destacou a trajetória de Braga Netto no Exército.
"Estamos falando de um general quatro estrelas, com 42 anos de serviços prestados ao Brasil. Não posso acreditar que esse homem não seria sincero e franco comigo", declarou.
A defesa busca desqualificar as provas apresentadas pela Polícia Federal, reforçando a narrativa de que Braga Netto não teria cometido nenhum ato ilícito.
Com informações da GloboNews 