O ministro da Secretaria de Relações Institucionais Alexandre Padilha abordou de forma franca os desafios e avanços do terceiro governo Lula durante uma entrevista exclusiva ao programa Fórum Onze e Meia.
Na conversa realizada nesta quinta-feira (26), o ministro abriu o jogo sobre os principais temas para 2025: as tensões em torno do orçamento, a popularidade do governo e uma possível reforma na Esplanada.
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Reforma ministerial?
Comparando a gestão a uma partida de futebol, Padilha destacou a importância de ajustes para a segunda metade do mandato: a esperada reforma ministerial.
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“Chegamos ao segundo tempo do jogo, e é aquele momento em que o técnico avalia os dois primeiros anos. Tivemos muitas coisas positivas. Terminamos o segundo ano como o governo que mais aprovou projetos no Congresso Nacional”, afirmou.
O ministro não confirma planos concretos de reforma ministerial, o ministro sinalizou que o presidente Lula está avaliando a performance de ministros e partidos.
“O presidente nunca falou comigo, nem com nenhum ministro, sobre reforma ministerial. Ele fala sobre preparar o governo para colher resultados, divulgar melhor as realizações e se preparar para 2026”, disse. Para Padilha, os rearranjos serão orientados tanto pela necessidade de aperfeiçoar gestão quanto pela composição política necessária para sustentar uma ampla coalizão.
A manobra de Lira e a decisão de Dino
A recente suspensão de pagamentos de R$ 4,2 bilhões em emendas, determinada pelo ministro da Justiça Flávio Dino, também foi tema da entrevista. Dino barrou a tentativa do presidente da Câmara, Arthur Lira, de ocultar os nomes dos deputados responsáveis pelas solicitações de emendas, alegando violação do acordo firmado para extinguir o "orçamento secreto".
Padilha foi contundente em sua avaliação: “Decisão do Supremo tem que seguir. A AGU interpreta e publicamos. Desde o início, houve três avanços importantes: enquadrar as emendas no marco fiscal, acabar com as ‘emendas PIX’ sem plano de trabalho e direcionar as emendas de bancada para projetos prioritários. Isso trouxe mais transparência”.
O ministro destacou que a decisão de Dino reforça esses avanços, apesar das tensões geradas. “É natural que o Congresso tenha visões divergentes, mas o importante é compatibilizar as prioridades locais com as metas do governo”, explicou.
Pressão do centrão e demandas do PSD
Questionado sobre a insatisfação do PSD de Gilbert Kassab com sua participação no governo - atualmente, o partido ocupa as pastas de Minas e Energia, Pesca e Agricultura -, Padilha confirmou que o partido busca maior protagonismo.
“É natural que, ao final do primeiro tempo, partidos avaliem seus ministros e pleiteiem ajustes. Isso faz parte do jogo. O PSD explicitou o desejo de reconfiguração de espaços, e outros partidos também têm demandas”, afirmou.
Segundo o ministro, as decisões caberão ao presidente Lula. “É o momento de avaliar entregas e resultados. O governo vai chegar bem em 2026, com uma base ampliada e resultados mais visíveis. Temos o objetivo de formar uma frente ampla ainda maior para o primeiro turno”, projetou o ministro.
Uma gestão de recordes
Apesar dos desafios, Padilha comemorou os resultados alcançados.
“Este é o governo que mais aprovou projetos de sua iniciativa na história. Reformas como a tributária e o marco fiscal foram aprovadas em tempo recorde. Isso mostra a força da articulação política e a capacidade de entregar resultados”, afirmou.
Com um tom confiante, Padilha concluiu sua análise destacando a resiliência do governo. “Com todas as dificuldades, o governo vai chegar bem em 2026. O presidente Lula é favorito na disputa. Vamos trabalhar para consolidar uma frente ampla e continuar entregando para o país”, finalizou.
Veja a entrevista completa de Alexandre Padilha ao Fórum Onze e Meia desta quinta-feira (26):