Conhecido na OrCrim golpista como "Mauro Cid de Braga Netto", por acompanhar o general preso pela Polícia Federal (PF) nos cargos em que passou, o coronel da reserva Flávio Botelho Peregrino foi escalado para ser o elo entre os indiciados militares pelo golpe, em especial com os também generais Augusto Heleno e Paulo Sergio Nogueira e o almirante Almir Garnier.
Peregrino foi alvo de busca e apreensão na mesma operação que prendeu Braga Netto, mas segue solto, proibido pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF), de manter contato com outros investigados.
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O coronel é mais um dos militares que teriam tido participação ativa no golpe e que não constam na lista de 40 indiciados da OrCrim golpista de Bolsonaro.
Oriundo da turma de 1989 da Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), onde Bolsonaro e boa parte dos militares golpistas se formaram, Peregrino estava lotado como assessor do deputado Thiago Manzoni (PL), na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), mas seguia atuando para Braga Netto por "lealdade e camaradagem" ao ex-chefe.
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Segundo a PF, Peregrino teria sido escalado por Braga Netto para obter junto ao general Mauro Lacerda Cid a íntegra da delação do filho dele.
Moraes manteve o sigilo sobre a delação de Mauro Cid justamente por haver diligências em andamento para buscar provas sobre novos elementos narrados pelo ex-assessor de Jair Bolsonaro.
Segundo a PF, Braga Netto e Peregrino faziam um trabalho de arapongagem para costurar uma linha de defesa entre os militares de alta patente que foram indiciados.
A prisão de Braga Netto ainda foi motivada pela descoberta das provas de que o general entregou dinheiro - recebido de ruralistas - para financiar a chamada operação "Punhal Verde e Amarelo", que tinha como objetivo assassinar Lula, Geraldo Alckmin (PSB) e Moraes durante o desencadeamento do plano golpista.