Após pedidos de impugnação apresentados pelos candidatos à presidência da Frente Parlamentar Evangélica Gilberto Nascimento (PSD-SP) e Greyce Elias (Avante-MG), a votação que definiria o novo líder, marcada para esta quarta-feira (11), foi adiada.
O adiamento foi determinado pelo atual presidente da bancada, deputado Silas Câmara (Republicanos-AM), e foi comunicado aos deputados nesta segunda (9).
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Os dois parlamentares que ingressaram com os pedidos são bolsonaristas e muitos enxergaram na iniciativa uma forma de ambos ganharem tempo para superar na disputa o deputado Otoni de Paula (MDB-RJ), tido como favorito.
Como destacou matéria da Fórum, Otoni de Paula, apesar de contar com apoios importantes como os de Silas Câmara e Cezinha de Madureira (PSD-SP), conta com a desconfiança de parte da bancada. Ele representou o grupo em uma cerimônia no Palácio do Planalto e elogiou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a sanção do Dia Nacional da Música Gospel, irritando parlamentares bolsonaristas que passaram a agir nos bastidores em favor de Gilberto Nascimento.
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Interferência de Malafaia
Nascimento também conta com o apoio de Silas Malafaia, que criticou Otoni. "Nem sabia [do adiamento da votação], não tenho nada a ver com isso. Não estou sabendo da atitude de Gilberto Nascimento , mas ele é um cara moderado, não joga para lado nenhum. É um cara equilibrado, que acha que a frente deve ser usada para defender as nossas pautas. Otoni um dia desses era defensor intransigente de Bolsonaro e metia o cacete no PT e Lula, e agora virou defensor. Otoni já mostrou que é um vira-casaca, vai fazer o jogo do governo. É uma vergonha até o governo querer interferir nisso (a eleição), mas acredito no bom senso dos deputados evangélicos, que não vão deixar a frente ser contaminada", disse o pastor, segundo O Globo.
O deputado fluminense não quis polemizar com Malafaia. "Vejo o pedido de adiamento como uma demonstração de que o outro lado não tinha certeza de que ia me vencer. Claro que foi uma estratégia porque quando foram contar votos, entenderam que eu ia levar mesmo com todas as mentiras. Querem me colocar como um novo esquerdista gospel, mas não vai adiantar. A frente não está dividida, esse grupo é minoritário, e vou disputar lá na frente."
Ao jornal Folha de S. Paulo, Otoni apontou que "a frente evangélica não é puxadinho do bolsonarismo" e que também "não serve para atender a interesses do atual presidente".
Orações por Lula
Nesta terça-feira (10), Otoni pediu, por meio das redes sociais, orações ao presidente Lula para que se recupere da trepanação a que foi submetido para drenar uma hemorragia intracraniana.
“O PR foi internado com uma hemorragia cerebral. O que temos que fazer como igreja do Senhor? A resposta é simples: orar. Se você como cristão não consegue fazer isso, por conta do ódio político, lamento dizer que seu Messias não é o meu. Interceder pelas autoridades é nosso dever”, escreveu o parlamentar na manhã desta terça.
Mais tarde, diante de críticas, voltou a postar sobre o tema. “Minha preocupação não deve ser confundida com apoio ou aproximação política com o atual governo, mas um alerta à igreja do seu verdadeiro papel. Quem vota em Lula não é menos crente do que quem vota em Bolsonaro.”