ELEIÇÕES 2026

Lula não confirma candidatura à reeleição, mas se diz pronto para enfrentar a extrema direita

“2026 eu vou deixar para pensar em 2026. Tem vários partidos que me apoiam. Vou discutir isso com muita sobriedade, com muita seriedade, porque governar não é jogar futebol”, disse o presidente

Presidente Lula falou sobre reeleição em entrevista à CNN InternacionalCréditos: Reprodução
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Em entrevista concedida à jornalista Christiane Amanpour, da CNN Internacional, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não confirmou se será candidato à reeleição nas próximas eleições.

“2026 eu vou deixar para pensar em 2026. Tem vários partidos que me apoiam. Vou discutir isso com muita sobriedade, com muita seriedade, porque governar não é jogar futebol”, disse Lula, na conversa divulgada nesta sexta-feira (8).

Mesmo sem confirmar se será ou não candidato, o presidente afirmou ter disposição para um novo processo eleitoral. "Então, se chegar na hora e os partidos entenderem que não tem outro candidato para enfrentar uma pessoa de extrema direita, que seja negacionista, que não acredite na medicina, que não acredite na ciência, obviamente que estarei pronto para enfrentar", declarou. "Mas espero que não seja necessário. Espero que a gente tenha outros candidatos e que a gente possa fazer uma grande renovação política no país e no mundo."

A resposta foi dada por conta de um questionamento feito pela jornalista a respeito da idade de Lula, que terá 81 anos nas próximas eleições. “Em 2026, eu tenho o compromisso de entregar esse país com a economia equilibrada, com crescimento econômico, com geração de emprego, com mais gente alfabetizada. É isso que quero entregar para esse país. As pessoas tomando café, almoçando e jantando todos os dias. As pessoas com acesso à medicina dos especialistas, é isso que quero para o meu país, e é isso que vou fazer”, pontuou o presidente.

G20 no Brasil

Lula falou sobre as expectativas em relação à 19ª reunião de cúpula do G20, que será realizada em 19 e 20 de novembro no Rio de Janeiro, destacando que o tema principal “Aliança global contra a fome e a pobreza” será "muito importante", lembrando ainda a transição energética e o enfrentamento à questão das mudanças climáticas.

O presidente citou também a reforma da ONU [Organização das Nações Unidas] e das instituições de Bretton Woods.

"Depois, nós temos uma coisa muito importante que é a taxação dos super ricos. Nós temos três pessoas no mundo que têm uma riqueza acumulada de quase US$ 15 trilhões. Enquanto isso, você tem 733 milhões de pessoas passando fome no mundo", disse. "Ao mesmo tempo, nós já fizemos 130 reuniões, já criamos 22 grupos de trabalho e vamos pela primeira vez ter o G20 Social, com participação de gente do mundo inteiro. E temos um grupo de empoderamento das mulheres do G20."

A questão ambiental também foi destaque na fala de Lula. "Nós precisamos garantir que o planeta não seja aquecido a mais de 1,5°C. Nós precisamos garantir que as florestas fiquem em pé. Nós precisamos garantir que os rios permaneçam caudalosos e permaneçam com água limpa e purificada. Nós precisamos garantir que os biomas de todos os países sejam preservados", defendeu. "Esse é um compromisso que eu tenho apenas não como presidente do Brasil, tenho como ser humano que habita no planeta chamado Terra, e que não tem outro lugar para ir se o planeta Terra acabar."