A Polícia Federal (PF) marcou para a próxima quinta-feira (7) o último ato da investigação sobre a tentativa de golpe em 2022 antes de pedir o indiciamento de Jair Bolsonaro (PL) e da organização criminosa montada por ele, que deve acontecer ainda em novembro.
Antes de encerrar o relatório, que será enviado para análise do Procurador-Geral da República (PGR), Paulo Gonet, os investigadores ouvirão, em depoimento, cinco militares da ativa - quatro coronéis e um general do Exército.
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A oitiva causa ainda mais apreensão na cúpula das Forças Armadas, que ainda não sabem dimensionar o tamanho do impacto que o indiciamento de generais como Augusto Heleno, Walter Braga Netto e Paulo Sergio Nogueira, causará na caserna.
Subordinado a Heleno no Gabinete de Segurança Institucional (GSI), o deputado Alexandre Ramagem, ex-chefe da Abin e candidato derrotado de Bolsonaro à prefeitura do Rio, será ouvido nesta terça-feira (5).
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Ramagem deve fortalecer as acusações contra Augusto Heleno, uma das principais preocupações da cúpula militar, que chegou a enviar mensageiros à PF para tentar livrar o general do indiciamento. Sem sucesso diante da montanha de provas.
Outro indiciamento certo será o do ex-comandante da Marinha, o almirante Almir Garnier, que chegou a colocar as tropas à disposição de Bolsonaro em uma das reuniões golpistas.
Segundo ministro da Defesa, José Múcio, o indiciamento já é tratado como certo pelo alto comando da Marinha, que assim como a cúpula das demais forças, não oferecerá resistência às denúncias contra militares.
Múcio tem dito nos bastidores que o alto escalão das Forças Armadas quer separar o joio do trigo com os indiciamentos. A grande questão é como o baixo escalão vai se comportar diante das denúncias - já que muitos praças são adeptos do bolsonarismo.