TRAMA GOLPISTA

VÍDEO: Advogado de Mauro Cid entrega ex-presidente Bolsonaro

Conhecido como o "faz tudo" do ex-mandatário, Cid prestou novo depoimento ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal

Créditos: Reprodução/ YouTube/ Revista Oeste
Escrito en POLÍTICA el

Em entrevista ao programa "Estúdio i", na Globo News, o advogado de Mauro Cid, Cezar Bittencourt, afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro "comandava a organização criminosa" apontada pela Polícia Federal no relatório em que o ex-mandatário é indiciado.

Além disso, Bittencourt também afirmou que Jair Bolsonaro tinha conhecimento do plano para matar o presidente Lula (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

"Confirmo que sabia, sim, na verdade o presidente de então sabia de tudo. Na verdade, comandava essa organização", declarou o advogado Cezar Bittencourt, revelando que tal informação foi dada por Mauro Cid ao ministro Alexandre de Moraes durante depoimento realizado no STF nesta quinta-feira (21).

Apreensivo, o advogado Cezar Bittencourt deu sinais de arrependimento ao longo da entrevista e tentou encerrar a conversa a todo momento. No entanto, confirmou que Mauro Cid "atuava como assessor" de Bolsonaro na execução do plano golpista.

"O presidente, segundo a informação, teria conhecimento dos acontecimentos que estavam se desenvolvendo, isso ele não pode negar, mas não tem nada além disso. Eu não falei plano de morte, plano de execução, de execução como sendo o plano de morte, falei da execução do plano pensado, imaginado, desenvolvido, nesse sentido", se corrigiu Cezar Bittencourt, advogado de Mauro Cid.

Alexandre de Moraes decide sobre validade de delação de Mauro Cid
 

Após três horas de depoimento, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), considerou positiva a fala de Mauro Cid e manteve a validade da delação premiada, ou seja, todas as medidas continuam a valer. As informações são do G1. 

Mauro Cid, que era o "faz-tudo" do ex-presidente Jair Bolsonaro, foi convocado a prestar um novo depoimento ao ministro Alexandre de Moraes, no STF, após a operação da Polícia Federal descobrir um plano organizado por militares para matar o presidente Lula (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes, do STF.

A Polícia Federal trabalhava com a desconfiança de que Mauro Cid sabia da trama de alguns militares do Exército, mas que a omitiu em sua delação premiada.

Caso o ministro Alexandre de Moraes não considerasse satisfatória a declaração de Mauro Cid nesta quinta-feira (21), a delação premiada poderia ser anulada, e o militar, que atuou como "faz-tudo" do ex-presidente Jair Bolsonaro, voltaria para a prisão.

Em depoimento à Polícia Federal, Mauro Cid afirmou que desconhecia o plano para matar o presidente Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, do STF. Porém, a trama em questão foi descoberta a partir de conversas encontradas no celular de Cid. As informações são do G1. 

Bolsonaro é indiciado por tentativa de golpe de Estado

 

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi indiciado pela Polícia Federal pela tentativa de golpe de Estado que encabeçou a partir dos últimos dias de 2022, após ser derrotado nas urnas pelo presidente Lula (PT) e ficar inconformado com sua saída do poder.

Vários outros ex-integrantes de seu governo, aproximadamente 35, também foram indiciados pela PF, e os crimes pelos quais são acusados são inúmeros, com destaque para abolição violenta do estado democrático de direito, golpe de estado e organização criminosa.

Com 884 páginas, o inquérito policial foi concluído no início da tarde desta quinta-feira (21) e agora será entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF), ainda hoje. Desde já, a Procuradoria Geral da República (PGR) é quem fica incumbida de denunciar ou não os indiciados, para que então os réus, em caso de aceitação da denúncia, sejam julgados pelo STF.

Entre os principais indiciados estão:

Jair Bolsonaro, ex-presidente;

Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e da Defesa e candidato a vice na chapa derrotada;

Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI);

Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin);

Valdemar da Costa Neto, presidente do Partido Liberal (PL)

Foram ainda indiciados outros 32 nomes envolvidos na trama:

Ailton Gonçalves Moraes Barros

Alexandre Castilho Bitencourt da Silva

Almir Garnier Santos

Amauri Feres Saad

Anderson Gustavo Torres

Anderson Lima de Moura

Angelo Martins Denicoli

Bernardo Romão Correa Netto

Carlos Cesar Moretzsohn Rocha

Carlos Giovani Delevati Pasini

Cleverson Ney Magalhães

Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira

Fabrício Moreira de Bastos

Filipe Garcia Martins

Fernando Cerimedo

Giancarlo Gomes Rodrigues

Guilherme Marques de Almeida

Hélio Ferreira Lima

José Eduardo de Oliveira e Silva

Laercio Vergilio

Marcelo Bormevet

Marcelo Costa Câmara

Mario Fernandes

Mauro Cesar Barbosa Cid

Nilton Diniz Rodrigues

Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho

Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira

Rafael Martins de Oliveira

Ronald Ferreira de Araujo Junior

Sergio Ricardo Cavaliere de Medeiros

Tércio Arnaud Tomaz

Wladimir Matos Soares

No caso de condenação, por cada um dos seguintes crimes, os indiciados podem ser condenados a:

4 a 12 anos de prisão por Golpe de Estado

4 a 8 anos de prisão por Abolição violenta do Estado Democrático de Direito

3 a 8 anos de prisão por Integrar organização criminosa