José Constantino Cabral Neto, mais conhecido por “Zé Ceará”, que foi candidato a vereador pelo PT da cidade de Rio do Sul (SC) nas últimas eleições, está desaparecido desde o dia 1º de novembro último.
Morador de Rio do Sul há cerca de sete anos, Zé Ceará se mudou de Fortaleza (CE) com a esposa e o enteado, em busca de melhores oportunidades em Santa Catarina. Damiana trabalha em uma farmácia e faz faxinas, enquanto ele atuava como açougueiro em um mercado, de onde foi demitido no mês passado. Zé havia recebido sua rescisão em 31 de outubro, um dia antes de desaparecer.
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Segundo relato da sua companheira, Damiana, ele desapareceu após fazer uma ligação pedindo ajuda no dia 1º de novembro. O desaparecimento cercado de mistério tem causado grande angústia para a família. Em entrevista a uma TV local, a mãe de Zé Ceará diz que numa dessas ligações que fez no dia do desaparecimento, ele além de dizer que estava sendo perseguido, dizia que eram os “homi”, numa provável alusão a policiais, e que agora ia dar um desmantelo. Segundo ela, desmantelo em gíria nordestina seria uma confusão.
A carteira de José foi encontrada em um terreno próximo à sua casa, enquanto seu carro apareceu em outro local. Na frente da casa também haviam duas latinhas de cerveja ainda fechadas. Muito provavelmente ele teria sido sequestrado no local.
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Presidente do PT falou à Fórum
Entrevistada pela Fórum, a presidente do PT de Rio do Sul, Regina Garcia Ferreira, disse que o partido está buscando todos os meios para esclarecer o desaparecimento de Zé Ceará. “Encaminhamos ontem quatro ofícios. Um para a corregedoria da PM, um para a presidência do TER-SC, um para o presidente da Alesc e outro para a Comissão de Direitos Humanos da Alesc. Nossa intenção é que eles cobrem as autoridades locais para que isso essa história seja esclarecida”, afirmou.
Indagada pela reportagem se vê relação do desaparecimento de Zé Ceará com as bombas de ontem em Brasília, já que o autor do atentado era de Rio do Sul, Regina prefere não fazer conexões. “Não tenho como tratar disso, pois não tenho provas. Mas tá tudo muito estranho”, disse.
O que impressiona é que na frente da casa de Zé Ceará haviam câmeras de monitoramento do sistema Bem Te Vi, da Polícia Militar local. E até o momento, a família não conseguiu ter acesso as filmagens.
A presidenta do PT diz que o caso se torna ainda mais misterioso porque dias antes do desaparecimento de Zé Ceará, a PM foi a uma festa da comunidade nordestina e nortista em Rio do Sul pedindo para que se diminuísse o som do ambiente. “Eles ficaram uns minutos e foram embora. Só que depois chegou o Bope e eles acabaram com a festa, quebraram tudo. Foi uma violência, uma truculência. As pessoas fizeram B.O. e corpo delito. Não sei se uma coisa tem relação com a outra”, registra.
Segundo Regina, Zé Ceará não esteve na festa, porém, amigos do Zé estiveram e ele se doeu por isso! Falou muito sobre isso no trabalho.