ATENTADO EM BRASÍLIA

Atentado em Brasília: casa alugada por Tiü França tinha novas bombas

A Polícia Federal encontrou novos matérias explosivos e muita desordem no local, que fica em Ceilândia, região administrativa do Distrito Federal

O Atentado em Brasília.Créditos: Bruno Peres/Agência Brasil
Escrito en POLÍTICA el

A Polícia Federal, com o apoio do Esquadrão de Bombas da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), encontrou a casa alugada por Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos. O sujeito, conhecido como Tiü França, foi o responsável pelas explosões na noite desta quarta-feira (13), na Praça dos Três Poderes.

Foram encontrados no local novos materiais explosivos. Segundo relatos dos policias federais ao Correio Braziliense, a casa, que fica em Ceilândia, região administrativa do Distrito Federal, estava em completa “desordem”. A reportagem do jornal apurou ainda que o local foi alugado por Tiü há cerca de duas semanas.

O corpo do autor dos atentados, que morreu no local, foi retirado apenas na manhã desta quinta-feira (14), pois ele ainda carregava outros explosivos.

Relembre o caso

O veículo que explodiu no estacionamento do Anexo IV da Câmara dos Deputados, na noite desta quarta-feira (13), está registrado no nome de Francisco Wanderley Luiz, de acordo com informações do portal Metrópoles, e é do município de Rio do Sul, em Santa Catarina.

Segundo apuração da Fórum, ele foi candidato a vereador em 2020, pelo PL, como mostra imagem abaixo captada no site eleicoescandidatos.com.br. Ele concorreu com o nome de Tiü França e obteve 98 votos, não sendo eleito.

Nas postagens publicadas no seu perfil do Facebook, há ameaças e também o registro de uma ida ao prédio do Supremo Tribunal Federal (STF).

Uma postagem com horário de 18:56 continha um print de Whatsapp no qual o autor dizia que tinha colocado explosivos nas casas do que chamou de "comunistas de merda". Outro print faz referência direta ao dia de hoje. "Pai, Tio França não é terrorista, né? (...) Ele apenas soltou uns foguetinhos para comemorar o dia 13", diz a publicação.

Além disso, também há uma imagem na qual ele aparece fazendo uma selfie no que parece ser uma das salas do prédio da Corte.

"Deixaram a raposa entrar no galinheiro (chiqueiro) ou não sabem o tamanho das presas ou é burrice mesmo. Provérbios 16:18 (A soberba precede a queda)", dizia a mensagem. O STF confirmou que Francisco Wanderley Luiz visitou o tribunal no dia 24 de agosto. 

Tiro no pé

Um tiro no pé. Esta foi a reação geral das hostes bolsonaristas ao atentado provocado por Tiü França. Ele morreu após tentar explodir uma estátua na Praça dos Três Poderes, em Brasília, no início da noite desta quarta-feira (13).

A sensação é a de que, se havia alguma possibilidade de anistia aos golpistas do 8 de Janeiro, com a ação tresloucada do sujeito, que foi candidato a vereador em 2020, pelo PL de Rio do Sul (SC), ela foi por água abaixo.

O deputado Gustavo Gayer (PL-GO), por exemplo, afirmou que o autor seria mesmo um ex-candidato a vereador pelo PL: "Parece que foi esse cara mesmo. Agora vão enterrar a anistia. Pqp."

O deputado Capitão Alden (PL-BA), por sua vez, respondeu: "lá se foi qualquer possibilidade de aprovar a anistia". "Adeus redes sociais e esperem os próximos 2 anos de perseguição ferrenha! Com certeza o inquérito das fake news será prorrogado ad eternum", disse.

Já o deputado Eli Borges (PL-TO) escreveu "se tentou ajudar atrapalhou". "Agora o Xandão vai dizer: ‘é a prova que o 8 de janeiro era necessário’".

Reunião com Lula

No final da noite desta quarta-feira, pouco depois do atentado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu com os ministros do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes e Cristiano Zanin e o diretor-geral da Polícia Federal (PF) Andrei Rodrigues no Palácio da Alvorada. O encontro não estava programado e sua realização se dá por conta das explosões ocorridas em Brasília.

As informações são do site da CNN. O Gabinete de Segurança Institucional (GSI) ativou o chamado Plano Escudo, medida que permite a atuação do Exército nos palácios do Planalto, da Alvorada e do Jaburu e da Granja do Torto sem necessidade de uma operação formal de Garantia da Lei e da Ordem.