TIRO NO PÉ

Atentado em Brasília: bolsonaristas consideram ação ‘enterro da anistia’

Comentário geral entre políticos de extrema direita é o de que Tiü França "se tentou ajudar atrapalhou"

Tiü França, o autor das explosões.Créditos: Redes Sociais
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Um tiro no pé. Esta foi a reação geral das hostes bolsonaristas ao atentado provocado por Francisco Wanderley Luiz, 59 anos, conhecido como Tiü França. Ele morreu após tentar explodir uma estátua na Praça dos Três Poderes, em Brasília, no início da noite desta quarta-feira (13).

A sensação é a de que, se havia alguma possibilidade de anistia aos golpistas do 8 de Janeiro, com a ação tresloucada do sujeito, que foi candidato a vereador em 2020, pelo PL de Rio do Sul (SC), ela foi por água abaixo.

A Folha teve acesso a mensagens trocadas por deputados bolsonaristas em dois grupos de WhatsApp logo após o atentado. O comentário geral era de que Tiü França acabou mesmo foi atrapalhando.

O deputado Gustavo Gayer (PL-GO), por exemplo, afirmou que o autor seria mesmo um ex-candidato a vereador pelo PL: "Parece que foi esse cara mesmo. Agora vão enterrar a anistia. Pqp."

O deputado Capitão Alden (PL-BA), por sua vez, respondeu: "lá se foi qualquer possibilidade de aprovar a anistia". "Adeus redes sociais e esperem os próximos 2 anos de perseguição ferrenha! Com certeza o inquérito das fake news será prorrogado ad eternum", disse.

Já o deputado Eli Borges (PL-TO) escreveu "se tentou ajudar atrapalhou". "Agora o Xandão vai dizer: ‘é a prova que o 8 de janeiro era necessário’".

Reunião com Lula

No final da noite desta quarta-feira, pouco depois do atentado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu com os ministros do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes e Cristiano Zanin e o diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, no Palácio da Alvorada. O encontro não estava programado e sua realização se deu por conta das explosões ocorridas em Brasília.

Segundo a CNN, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) ativou o chamado Plano Escudo, medida que permite a atuação do Exército nos palácios do Planalto, da Alvorada e do Jaburu e da Granja do Torto sem necessidade de uma operação formal de Garantia da Lei e da Ordem.