Ninguém, em circunstância alguma, vai esperar bom senso, ou até mesmo senso do ridículo, do ex-presidente Jair Bolsonaro. Se quando ele estava no Palácio do Planalto suas posições e declarações estapafúrdias e constrangedoras seguiam a todo vapor, agora que está fora do cargo a coisa só piora.
Nesta quarta-feira (13), numa entrevista ao jornalista Igor Gadelha, do portal Metrópoles, Bolsonaro explicou como ele acredita que Donald Trump, recém-eleito para retornar à Casa Branca, vai ajudá-lo a regressar à Presidência da República em 2026, em que pese o fato de estar inelegível por duas condenações no TSE.
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Numa fala confusa e constrangedora, o antigo ocupante do Palácio do Planalto falou com infantilidade de um aluno de 5ª série que “Trump vai investir no Brasil pelos valores de seu povo” para que o país “desequilibre positivamente para a democracia e a liberdade na América do Sul”, para que o “não mergulhemos numa ditadura que se avizinha”. Em síntese, o puro suco da paranoia das tias do zap numa declaração bizarra, uma verdadeira “viagem na maionese”
“Eu não tenho essa liberdade toda para conversar com ele, apesar de conhecer alguns assessores, que estão sendo pré-anunciados para compor seu gabinete. Mas acredito que ele tenha um interesse enorme no Brasil pelo seu tamanho, pelas suas riquezas, pelo que representa o nosso povo. E como um país que realmente possa aqui, como exemplo, desequilibrar positivamente para democracia, para a liberdade, toda a América do Sul. Então, ele vai investir no Brasil sim, no meu entender, no tocante a fazer valer os valores do seu povo, que é muito semelhante do nosso. Que, através da liberdade expressão, nós possamos aqui sonhar e não mergulharmos mais ainda numa ditadura que se avizinha”, disse o ex-presidente.
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Sem qualquer pudor, Bolsonaro ainda falou que Trump tem interesse no continente e no Brasil, e que Washington traça planos hipotéticos para a região, algo que inclusive teria acontecido quando ambos governavam suas nações há poucos anos. Ele aceita abertamente ser subserviente e “empregado” do bilionário norte-americano para satisfazer as vontades dos EUA. Tudo regado a um anticomunismo patético, delirante e sem nexo.
“O interesse americano é em toda América do Sul. Enquanto presidente, ele falava da sua preocupação com a Venezuela e traçava planos hipotéticos comigo, que é comum acontecer, que ficam completamente em reserva, tendo em vista a questão funcional minha. E eu falava para ele dos problemas, caso a esquerda voltasse ao Brasil. Eu não acreditava que ia voltar. Mas voltando, toda América do Sul ia ser pintada de vermelho. Então ele tem essa preocupação, e a grande arma dele, nessa questão, é a liberdade de expressão de sua forma mais abrangente possível”, acrescentou ainda.