POLÍTICA

Gleisi defende Boulos de críticas de Quaquá: "Esteve conosco nos piores momentos"

Presidenta da sigla defendeu candidato escolhido por Lula para disputa em São Paulo, que foi alvo de duras críticas de Wuashington Quaquá, vice-presidente do PT e prefeito eleito em Maricá (RJ)

Guilherme Boulos e Gleisi em frente à superintendência da PF em Curitiba, onde Lula foi preso.Créditos: Eduardo Matysiak
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Em meio à crise instalada no PT com o resultado das eleições municipais, a presidenta nacional da sigla, Gleisi Hoffmann (PT-PR), saiu em defesa de Guilherme Boulos (PSOL), candidato que o partido apoiou na disputa em São Paulo e que foi alvo de críticas de setores da legenda, especialmente do vice-presidente, Washington Quaquá (PT-RJ).

"Boulos era a crônica de uma morte anunciada", disparou Quaquá em texto em que diz que "o PT precisa parar de errar" e critica a decisão de Lula, de alçar Guilherme Boulos candidato à prefeitura paulistana.

À Mônica Bergamo, na Folha de S.Paulo nesta terça-feira (29), Gleisi afirmou que as críticas à aliança partem de pessoas que "desconhecem o processo e analisam apenas a fotografia do momento" e saiu em defesa do ex-líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST).

"O Boulos esteve conosco nos piores momentos de nossas vidas", lembrou. "Ele nos apoiou no golpe contra a Dilma [Rousseff], na prisão injusta do Lula. Esteve ao nosso lado quando poderia ter disputado contra nós pela esquerda", emendou.

A disputa "contra nós", exemplificada por Gleisi, se de especialmente em 2022, quando Lula firmou o acordo com Boulos, que desistiu de disputar o governo paulista, deixando Fernando Haddad (PT) como candidato da esquerda contra Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos).

"Se Boulos se candidatasse a governador em 2022, os resultados em São Paulo [de Lula e Haddad, que venceram na capital paulista] não seriam os mesmos", afirmou, ressaltando que "nós tínhamos um compromisso", em relação ao acordo firmado.

"Boulos fez uma campanha linda, corajosa e combativa. Enfrentou fake news e as máquinas do governo do Estado e da prefeitura de São Paulo", concluiu a deputada, ressaltando que o psolista "já tinha se consolidado como liderança".

Quaquá

Figura polêmica no partido, Washington Quaquá (PT), que se elegeu prefeito de Maricá (RJ) no primeiro turno com 73% dos votos válidos, já expôs publicamente a divergência em publicação na rede X.

Em série de publicações, Quaquá que diz que "o PT precisa parar de errar" e critica a decisão de Lula, de alçar Guilherme Boulos candidato à prefeitura de São Paulo.

"Boulos era a crônica de uma morte anunciada! A candidatura errada na cidade errada! Havia Márcio França, Tabata Amaral e até a Ana Stela Haddad, que nunca disputou eleição, mas poderia dialogar com uma ala mais conservadora nas periferias e classe média", listou o petista fluminense, que defende uma ampla aliança com candidaturas petistas na cabeça de chapa, como a que construiu no Rio.

"Nos lugares em que fomos amplos, como em Fortaleza, com candidatura para além da esquerda, com pautas econômicas e sociais e não comportamentais, nós ganhamos! O PT precisa rever suas pautas e suas prioridades urgentemente", afirmou.

Quaquá ainda alfinetou a corrente lulista da sigla, dizendo que "o governo federal também não atuou coordenado e apoiando sua base".

"Age como se não tivesse responsabilidade com as eleições e a luta política real no território. Tá na hora de mudar ou seremos derrotados no momento que não podemos, em 26", concluiu.
 

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