Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo realizada nesta segunda-feira (28), o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, fez uma avaliação realista do desempenho do PT nas eleições municipais de 2024.
Para o ministro, o PT ainda não saiu da zona de rebaixamento. "Hoje também fiz um balanço, trazendo os números para o presidente e querendo reforçar uma avaliação de que a grande vitoriosa foi a reeleição. Teve um tsunami de reeleição no país, foi 82% a taxa, a maior da história da reeleição", iniciou Padilha.
Te podría interesar
"O PT é o campeão nacional das eleições presidenciais, mas, na minha avaliação, não saiu ainda do Z4 [zona de rebaixamento] que entrou em 2016 nas eleições municipais", declarou Padilha.
Em outro momento, o ministro Padilha afirma que o PT "teve conquistas importantes, a eleição na capital [Fortaleza], elegeu cidades importantes nesse segundo turno, mas ainda tem um esforço de recuperação, e eu acho que o PT vai fazer uma avaliação sobre isso, certamente sobre esse resultado, como voltar a ser um partido com mais protagonismo, sobretudo nas grandes e nas médias cidades", concluiu Alexandre Padilha.
Te podría interesar
A presidenta do PT e deputada federal Gleisi Hoffmann não gostou nada das declarações de Alexandre Padilha e partiu para cima do colega de legenda. "Temos de refrescar a memória do ministro Padilha, o que aconteceu conosco desde 2016 e a base de centro e direita do Congresso, que se reproduz nas eleições municipais, que ele bem conhece. Pagamos o preço, como partido, de estar num governo de ampla coalizão. E estamos numa ofensiva da extrema direita", declarou Gleisi.
Em seguida, Gleisi Hoffmann afirmou que as declarações do ministro Alexandre Padilha são "ofensivas". "Ofender o partido, fazendo graça, e diminuir nosso esforço nacional não contribui para alterar essa correlação de forças", disparou.
Por fim, Gleisi Hoffmann afirma que Padilha deveria focar em seu trabalho e na sua responsabilidade na derrota eleitoral do PT no pleito municipal. "Padilha devia focar nas articulações políticas do governo, de sua responsabilidade, que ajudaram a chegar a esses resultados. Mais respeito com o partido que lutou por Lula Livre e Lula Presidente, quando poucos acreditavam", concluiu.