Em entrevista concedida em 16 de outubro, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, defendeu que seu partido busque aproximação com um campo político menos radicalizado. "Esse pessoal do centro que queira vir para o nosso lado", disse ele.
O problema, segundo o dirigente partidário, é o grupo mais próximo do ex-presidente Jair Bolsonaro, principal figura da legenda. "Agora, nós temos que ter jeito para trazer essa gente para nós. Nós temos que trazer para ganhar a eleição em 2026. Se nós não trouxermos esse pessoal, nós não temos maioria. Temos de trazer, com jeito, com Bolsonaro. Ele fez muito por nós, tem de ter jeito. Eles têm de entender. Não só ele. O Nikolas [Ferreira] também. Ele é muito radical. Tem gente boa em todos os lugares e temos de trazer esse pessoal", apontou.
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Nesta terça-feira (29), o senador Flávio Bolsonaro (PL), em entrevista publicada em O Globo, foi questionado se concordava com o posicionamento de Costa Neto. Ele se mostrou de acordo, mas fez uma ressalva.
"Sim, concordo. Mas você tem que escrever aí que eu, Flávio, concordo. Se não meu pai pega o telefone, me liga e dá uma bronca dizendo que estou falando por ele", advertiu.
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Isso porque, também nesta terça, quando foi questionado sobre a fala do presidente do PL, o ex-presidente não respondeu de forma direta, trazendo ainda o tema da corrupção. "Olha, você tem que ter uma certa identidade. O que marcou a minha ida na Presidência? É que a corrupção, todo respeito, não existiu, nós votamos ministérios técnicos", afirmou.
Os "centristas" do PL
Independentemente da vontade de Jair Bolsonaro, o fato é que o PL buscou nomes que estavam em legendas de centro-direita ou direita não extremista para bancar candidaturas. Entre os quatro prefeitos de capitais de estado eleitos pelo partido em 2024, dois se filiaram em março deste ano.
Emília Corrêa, eleita em Aracaju (SE), já foi do União Brasil e do Patriota, e praticamente não utilizou a figura do ex-presidente em sua campanha. Já Tião Bocalom, prefeito eleito de Rio Branco (AC), tem uma identificação forte com o PSDB e foi para sua nova legenda após deixar o PP. Bolsonaro também não foi uma figura presente nas redes sociais.