Nesta segunda-feira (14), a Band vai transmitir o primeiro debate televisivo do segundo turno para a Prefeitura de São Paulo. Tanto o atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), quanto o candidato Guilherme Boulos (PSOL) confirmaram presença no evento, após o candidato bolsonarista ter se ausentado do último debate, realizado pela CBN/O Globo/Valor Econômico na quarta-feira (10).
Desde a redemocratização, as eleições de São Paulo registraram a menor diferença da história, com 56.880 votos separando o terceiro colocado, o ex-coach Pablo Marçal (PRTB), dos primeiros. Nesse contexto, Nunes e Boulos se reencontram no programa após o primeiro turno, em que obtiveram, respectivamente, 29,48% e 29,07% dos votos.
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O debate será exibido ao vivo na TV aberta pela Band, às 22h45, com transmissão também no canal por assinatura BandNews TV. Os ouvintes poderão acompanhar pelas rádios Bandeirantes e BandNews FM, e o público online poderá assistir via aplicativo Bandplay ou pelo site Band.com.br.
Os candidatos confirmaram participação em pelo menos três debates na fase final das eleições. O cronograma ainda precisa ser oficialmente confirmado pelas equipes e pode sofrer alterações. Além do debate na Band, são esperados antes do segundo turno:
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- UOL/Folha de S.Paulo/RedeTV!: 17 de outubro, às 10h
- TV Record: 19 de outubro, às 21h
- TV Globo: 25 de outubro, às 22h
Conforme informado pela Band, o debate será organizado em um formato de "banco de tempo". Cada candidato terá 15 minutos, divididos em dois blocos, para usar como quiser, seja fazendo perguntas ou respondendo. Também está previsto um bloco com questões formuladas por jornalistas do Grupo Bandeirantes.
O regulamento do debate foi acertado com as equipes dos candidatos e inclui a proibição de material de campanha no estúdio, a limitação do número de assessores e apoiadores presentes, além de prever uma cadeira vazia com o nome de candidatos ausentes no palco. Certos detalhes do debate serão estabelecidos por sorteio. Tanto a posição dos candidatos no palco quanto a ordem de suas falas serão determinadas por um sorteio realizado no mesmo dia do evento, algumas horas antes.
A Região Metropolitana de São Paulo enfrenta grandes desafios após as fortes chuvas que atingiram a área na última sexta-feira (11), resultando em graves danos, incluindo a interrupção de serviços essenciais como luz e água. Nesse contexto de crise, é provável que os candidatos abordem esses problemas em suas campanhas.
Apagão em SP
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes (MDB), adotaram a estratégia de eximir seus respectivos governos de qualquer responsabilidade pelo apagão e jogar a culpa no governo Lula. Freitas e Nunes acusam o Palácio do Planalto de inépcia diante da Enel, empresa responsável pelo fornecimento de energia no estado paulista.
Por meio de suas redes sociais, o governador Tarcísio de Freitas afirmou que o governo federal e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) "faltam com respeito" aos paulistanos.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, ao tomar conhecimento do ataque de Tarcísio de Freitas, lembrou ao governador de São Paulo que a atual direção da Aneel foi indicada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), de quem Tarcísio é aliado.
"Sobre as falhas da ENEL em São Paulo: Gostaria de lembrar ao governador Tarcísio de Freitas que a atual composição da Aneel, entidade responsável pela fiscalização da Enel, foi nomeada com mandato pelo governo anterior, do qual ele foi destacado integrante", disse.
Em seguida, Silveira afirma que "Não faltou ao MME e ao nosso governo cobrança à agência para garantir punição adequada à distribuidora, incluindo o meu ofício que apontou o caminho da possível caducidade da Enel, há mais de 6 meses, em absoluto respeito à população da região metropolitana de São Paulo."
"A Aneel bolsonarista não deu andamento ao processo de punição, nem mesmo a uma fiscalização adequada. O MME já avisou que não há qualquer indicativo de renovação da concessão da distribuidora em São Paulo e que a omissão da agência deve ser investigada pelos órgãos de controle", continua o ministro Alexandre Silveira.
A população de São Paulo vem expressando revolta com o atual prefeito. Desde a noite desta sexta-feira (11), diversos bairros da capital paulista estão sem energia elétrica. Em algumas regiões, o corte de luz já se prolonga por mais de 16 horas, afetando residências, empresas e comércios. Na manhã deste sábado (12), moradores de bairros como Morumbi, Vila Sônia, Jabaquara e Ipiranga, na Zona Sul, além de Liberdade (Centro), Pompeia, Pinheiros, Vila Madalena e Vila Romana (Zona Oeste), continuam parcialmente sem energia.
O apagão foi causado por um forte temporal que atingiu a cidade na noite de sexta-feira. A chuva, que durou apenas uma hora, foi suficiente para causar um verdadeiro caos: centenas de árvores caíram sobre fios de energia e transformadores, semáforos pararam de funcionar, e inúmeros pontos de alagamento e congestionamentos se formaram.
No Campo Limpo, Zona Sul da capital, uma pessoa morreu após ser atingida por uma árvore que caiu. Outras duas pessoas também foram hospitalizadas pelo mesmo motivo. Moradores da cidade têm utilizado as redes sociais para cobrar uma resposta de Ricardo Nunes. "Cadê o prefeito?", questionam os internautas.
Em resposta, Nunes tem publicado vídeos em suas redes sociais, nos quais aparece vestindo um colete da Defesa Civil. Ele afirma que passou a madrugada trabalhando para resolver a situação, mas não apresentou soluções concretas ou previsão para o restabelecimento total da energia.
A postura de Ricardo Nunes não tem convencido boa parte dos paulistanos, especialmente em função de episódios anteriores. Em novembro de 2023, por exemplo, durante uma situação semelhante de alagamentos e falta de energia, o prefeito esteve ausente, optando por participar de um camarote na Fórmula 1, no Autódromo de Interlagos.