REMANDO

Boulos celebra apoio de Datena e rejeita "fake news" de que é extremista

No rádio, críticas a Nunes com humor

Por enquanto, campanha de Boulos na TV destaca prioridade do candidato aos mais pobres, sem atacar Nunes.
Mais pobres.Por enquanto, campanha de Boulos na TV destaca prioridade do candidato aos mais pobres, sem atacar Nunes.Créditos: Reprodução
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Talvez preocupado com a taxa de rejeição superior à do prefeito Ricardo Nunes, de acordo com as pesquisas de segundo turno realizadas até agora, o candidato Guilherme Boulos está se apresentando ao público como alguém que, como o presidente Lula, foi injustiçado por fake news mentirosas.

Em viagem a Brasília, Boulos gravou com Lula para a propaganda de TV. No diálogo, o presidente da República enfatizou que o candidato não é "radical", como foi taxado por adversários. Boulos respondeu que é fake news, do mesmo tipo daquela que dizia que Lula, se eleito em 2022, fecharia igrejas.

O candidato celebrou no Facebook a decisão do ex-candidato do PSDB, José Luiz Datena, de votar nele:

Obrigado, Datena! Vamos juntos enfrentar o crime e garantir uma São Paulo mais justa!

A propaganda do prefeito Ricardo Nunes vem dizendo que uma das diferenças entre ele e Boulos é "entre a ordem e a desordem", além de acusar o psolista de "radicalismo".

Por isso, nas primeiras inserções da TV, a propaganda trouxe depoimento dos pais de Guilherme Boulos, Marcos e Maria Ivete, da esposa Natalia, e mencionou as duas filhas do casal. O candidato foi apresentado como um homem de classe média, formado em Filosofia e professor.

O Movimento dos Trabalhadores Sem Teto não é citado, mas sim depoimentos de pessoas que foram ajudadas pelos projetos de moradia que o MTST arrancou do poder público. A Cozinha Solidária, projeto de Boulos para alimentar os mais pobres, também ganhou destaque.

Tábata e Marçal

Na TV, Boulos dialogou diretamente com eleitores de Tábata Amaral e Pablo Marçal, se apresentando com o "candidato da mudança" e prometendo implementar o programa Jovem Empreendedor, que dará financiamento a jovens de 18 a 29 anos de idade que pretendem montar seu primeiro negócio.

No depoimento inicial de Lula, o presidente da República enfatizou que o número de Boulos é o 50, para evitar os erros cometidos por eleitores no primeiro turno, que apertaram o 13 do PT -- o que custou ao candidato o primeiro lugar na disputa com Nunes.

Na sexta-feira, 11, o deputado estadual Simão Pedro, um dos coordenadores da campanha, disse em entrevista à Fórum que haveria uma guinada de Boulos para tratar de problemas específicos da periferia.

Isso implica em colocar no segundo plano o debate ideológico, que identifica Ricardo Nunes como o homem de Jair Bolsonaro em São Paulo.

Diante do temporal que deixou muitos bairros sem energia, Boulos cancelou sua agenda de sábado e percorreu regiões atingidas.

Sublinhou a falta de ação do atual governo para enfrentar a emergência.

Com isso, o candidato trouxe para primeiro plano questões cotidianas: falta de luz, semáforos apagados e árvores sem a devida poda, que desabam sobre pessoas e veículos.

Boulos fez uma postagem neste domingo demonstrando que sua própria casa, no Campo Limpo, zona Sul de São Paulo, está no terceiro dia sem energia elétrica. Desde o temporal da sexta-feira à noite, o candidato já fez 22 postagens na sua conta do Instagram sobre o tema.

Na propaganda da TV, uma frase resumiu o tom que a campanha escolheu para este momento: a Prefeitura de Nunes cobra os boletos, mas não oferece os serviços em troca.

Seria o motivo da frustração que levou 70% dos eleitores a não votar no atual prefeito no primeiro turno.

Por enquanto, as críticas diretas a Ricardo Nunes ficaram restritas às redes sociais e às inserções no rádio, onde um jingle bem humorado descreve o prefeito como ausente.

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