LULA

O embate entre Flávio Dino e o general Arruda e a intervenção de Lula

Documentário da GloboNews mostra como a coragem de Lula, Dino e do interventor Ricardo Cappelli garantiram a ordem institucional

Lula e Flávio Dino.Créditos: Ricardo Stuckert
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O documentário "8/1 - A democracia resiste", com direção de Julia Duailibi e Rafael Norton, que estreou na noite deste domingo (7), na GloboNews, mostrou uma sequência de cenas determinantes que garantiram a democracia brasileira.

Em um dos momentos de maior tensão do dia 8 de janeiro de 2022, o comandante do Exército, general José César Arruda chama ministros e o interventor Ricardo Cappelli para uma reunião no Comando Militar do Planalto — e o assunto sobre a prisão dos vândalos surge.

Flávio Dino é quem conta:

"Digo pro comandante: 'Vamos cumprir o que a lei manda'. E aí ele diz: 'Não, não vão'. A imensa maioria das Forças Armadas no dia 8 de janeiro foi legalista. Chegamos depois de um longo diálogo a um ponto de mediação. E nós fizemos o acordo de prender às seis horas da manhã", disse Dino

Cappelli argumenta com Arruda sobre a possibilidade de prisão dos envolvidos, e recebe uma resposta negativa.

"Passei a argumentar com o general Arruda sobre a necessidade de imediatamente desmontar o acampamento e prender todos que estavam ali. E eu fiz a afirmação e falei pra ele: 'O senhor concorda, general?'. Aí ele falou: 'Não'", afirmou, em entrevista exclusiva ao documentário.

Lula

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que estava em Araraquara, interior de São Paulo, por conta de uma enchente que deixara seis mortos. Assim que soube da seriedade dos atos em Brasília, ligou para o Gonçalves Dias, então ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), e determinou a retirada dos manifestantes do Palácio.

Existe um protocolo de defesa do Palácio do Planalto chamado “Plano Escudo”, criado para situações de emergência, mas até aquele momento ele não tinha sido acionado para conter os invasores.

Naquele momento, militares defenderam que a retomada da situação só se daria com a decretação da GLO. Por meio dela, o presidente autorizaria a entrada do exército em campo.

"Inclusive foi a Janja que invalidou: 'Não aceita a GLO porque GLO é tudo que eles querem. É tomar conta do governo'. Se eu dou autoridade pra eles, eu tinha entregado o poder pra eles", diz Lula.

"Eu tomei a decisão, falei pro Flávio Dino: 'Vamos fazer o que tiver que fazer, não tem GLO'", acrescentou o presidente.

O presidente então decide pela intervenção na segurança do Distrito Federal, liderada por Flávio Dino.