A infame perseguição ao padre Júlio Lancellotti, pároco episcopal da Pastoral do Povo da Rua, da Arquidiocese de São Paulo, que dedica a vida a fazer caridade e levar o mínimo de dignidade aos homens, mulheres e crianças que não têm um lar na maior cidade do país, por parte dos esgotos da extrema direita paulistana, ganhou um novo capítulo nesta quinta-feira (4).
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), se manifestou em suas contas oficiais nas redes sociais prestando apoio e solidariedade ao pároco que é alvo de uma tentativa de instalação de CPI na Câmara Municipal de São Paulo, encabeçada pelo vereador Rubinho Nunes (PL), um extremista bolsonarista e ex-integrante do grupo pseudoliberal MBL, cujas lideranças já foram acusadas de fazer turismo sexual com refugiadas ucranianas.
Te podría interesar
“Graças a Deus a gente tem figuras como o padre Júlio Lancellotti na capital de São Paulo, que há muitos e muitos anos dedica a sua vida para tentar dar um pouco de dignidade, respeito e cidadania às pessoas em situação de rua. Que dedica sua vida a seguir o exemplo de Jesus. Seu trabalho e da Diocese de São Paulo são essenciais para dar algum amparo a quem mais precisa”, escreveu o estadista, acima de uma foto na qual tem a cabeça beijada pelo religioso.
Vereadores retiram assinatura após repercussão
Ao menos quatro vereadores de São Paulo (SP) retiraram o apoio à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), encabeçada pelo ex-membro do Movimento Brasil Livre (MBL), Rubinho Nunes (União Brasil), que tem como alvo o padre Júlio Lancellotti e objetivo escuso de criminalizar o trabalho do religioso em favor dos mais vulneráveis.
Te podría interesar
O primeiro parlamentar da Câmara Municipal da capital paulista a retirar o apoio à CPI foi Thammy Miranda (PL). Logo depois, Xexéu Tripoli (PSDB), Sidney Cruz (Solidariedade) e Sandra Tadeu (União Brasil) seguiram o mesmo caminho. Segundo os vereadores, eles foram enganados por Rubinho Nunes ao assinarem o requerimento para a abertura da investigação.
“Em nenhum momento foi citado o nome do padre no requerimento, se tivesse jamais teria assinado porque defendo o trabalho dele. O padre está lá para ajudar as pessoas, nós estamos do mesmo lado. O que está acontecendo é uma grande fake news, o vereador (Rubinho Nunes) está fazendo campanha política em cima”, declarou Thammy Miranda em entrevista ao jornal O Globo.
“Acredito que 90% dos vereadores que assinou não são contra o padre, assinaram com a intenção de proteger os usuários e as pessoas que moram em torno. Nossa intenção é de proteger e inclusive com a ajuda do padre”, prosseguiu o vereador.
Rubinho Nunes, que propôs a coleta de assinaturas para a instauração da comissão, afirma que pretende investigar “a ‘máfia da miséria’ que se perpetua no poder através de ONGs esquerdistas”.