A ação de busca e apreensão desencadeada contra Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) na última segunda-feira (25) acionou o alerta vermelho no clã, que já prevê operações da Polícia Federal (PF) contra outros dois filhos, antes de chegar a Jair Bolsonaro (PL).
Antes da operação da PF na casa em Mambucaba, vila histórica em Angra dos Reis, Bolsonaro deixou o local de barco levando com ele Carlos e Flávio Bolsonaro (PL-RJ), deixando no imóvel apenas Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
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Segundo Bela Megale, no jornal O Globo, o senador estaria em pânico por medo de ser o próximo a receber a visita da PF.
O medo se dá porque Flávio é citado na investigação como um dos favorecidos na estrutura de arapongagem montada dentro da Agência Brasileira de Inteligência, Abin.
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Ex-diretor da agência, Alexandre Ramagem (PL-RJ) teria colocado a "Abin paralela" para levantar informações para a defesa de Flávio no caso de corrupção das "rachadinhas". A tarefa foi encomendada a um assessor, Marcelo Bormevet, que já foi alvo de busca e apreensão da PF.
No clã, o temor é que a ação contra Borvemet pode ter levantando suspeitas para serem usadas em uma operação contra o senador.
Jair Renan é outro membro da família que está na mira da PF. O filho "04", que trabalha como assessor do senador Jorge Seif (PL-SC) em Balneário Camboriú, também é citado pela PF por ter sido favorecido no esquema montado por Carlos e Ramagem.
No caso, a Abin paralela teria montado uma estratégia de defesa de Jair Renan nas investigações sobre suposto tráfico de influência. O objetivo era incriminar o ex-parceiro comercial para livrar o filho de Bolsonaro.
No entanto, o consenso até mesmo dentro da família, é que o alvo principal é Jair Bolsonaro, que deve ser o último da família a receber a visita da PF.
Os investigados buscam levantar provas de que as ordens partiam diretamente do ex-presidente, já que Carlos sempre disse que obedecia ao pai.
"Está claro que mais essa operação da PF de hoje contra o deputado Alexandre Ramagem é uma perseguição por causa do Bolsonaro", escancarou o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, na rede X ainda durante a operação contra Carlos Bolsonaro, na segunda-feira.
O objetivo dos aliados do ex-presidente é realmente reforçar a narrativa de perseguição. No entanto, parte deles já concorda que há elementos na investigação que fatalmente levarão Bolsonaro a ser um dos indiciados.
No caminho da investigação traçado pela PF, a oitiva de Augusto Heleno, ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), é chave para se chegar ao ex-presidente.
Heleno será indagado se deu aval à criação da Abin Paralela e se dava ordens para as escutas ilegais.
A dúvida é se o general da reserva vai assumir a responsabilidade e blindar Bolsonaro ou, assim como o tenente-coronel Mauro Cid, dizer que cumpria ordens de seu superior imediato.