Todo o receio que o general da reserva Augusto Heleno tinha de ser arrolado no escândalo da ‘Abin paralela’ se concretizou e, agora, o ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do governo de Jair Bolsonaro (PL), pasta à qual a Abin estava subordinada, está oficialmente na mira da Polícia Federal e do Supremo Tribunal Federal. Ele foi intimado a depor nesta terça-feira (30).
O inquérito que apura a instalação de um aparelho de espionagem clandestino e criminoso, supostamente liderado por Carlos Bolsonaro, filho do ex-presidente, mirou Heleno por razões naturais, afinal, ele comandava a Abin como responsável pelo GSI. O depoimento deve ocorrer na próxima semana, na terça (6), segundo fontes da PF.
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A principal dúvida dos investigadores é quanto a uma suposta participação do general no esquema ilegal de arapongagem, uma vez que ele era o superior hierárquico da Abin na cadeia de comando. A intenção do depoimento é descobrir se Heleno era parte, ou se tinha conhecimento, das estrepolias atribuídas ao hoje deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), à época diretor da Abin, e que atualmente é o cerne, junto com Carlos Bolsonaro, do inquérito que apura a instalação do mecanismo criminoso de monitoramento de adversários, críticos, detratores e até aliados do antigo governo de extrema direita.
O portal g1 informa que, segundo fontes, o militar da reserva teria conhecimento do que se passava nos porões da Abin, sob a total influência do filho 02 de Bolsonaro. Numa entrevista em 2020, Gustavo Bebiano, falecido no mesmo ano e que foi ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, disse no Roda Viva, da TV Cultura, ter conhecimento da tentativa de Carlos Bolsonaro de instalar a tal ‘Abin paralela’ e que Heleno sabia do fato, mas que evitava confrontos.