O escândalo da Abin paralela de Bolsonaro vem ganhando novos detalhes a cada dia. Neste sábado (27) a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) afirmou à imprensa que registrou a devolução de notebook e celulares funcionais de Alexandre Ramagem (PL), deputado federal e ex-diretor-geral do órgão exonerado em 2022.
Mas mesmo registrada na agência, a devolução dos aparelhos aparentemente não aconteceu, uma vez que foram encontrados pela Polícia Federal na casa de Ramagem na última quinta-feira (25).
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O próprio Ramagem disse à GloboNews que não devolveu os equipamentos. “O que levaram da minha residência, se houve computador que era da Abin ou telefone, foram trocados por novos. Não tem utilização há mais de três anos, sem uso. Mesmo sem uso não devolve. Poderia devolver, mas não devolvi”, afirmou.
A agência se diz surpresa com a descoberta e promete investigar o responsável pelos registros. A devolução de notebooks, celulares funcionais e outros aparelhos da Abin faz do protocolo de exoneração de um servidor, o que coloca a suspeita de que o grupo paralelo ligado a Bolsonaro tenha fraudado esse e outros registros na agência.
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Quando um agente deixa a agência, ele é entrevistado e há uma espécie de cerimônia em que devolve os equipamentos, que são catalogados. A Abin agora quer saber tudo sobre as máquinas apreendidas pela PF.
Outra parte do “rito de exoneração da Abin” que aparentemente não foi cumprida por Ramagem é o cancelamento de usuários e senhas de e-mail e acesso ao sistema da agência. Segundo reportagem do Metrópoles, os dados de usuário e senha dos servidores ligados ao esquema de Bolsonaro seguem disponíveis no sistema interno.
A Abin alega que o acesso às contas está bloqueada para os ex-servidores mas que os e-mails seguem existindo para fins de auditoria.