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Reciprocidade: Brasil volta a exigir visto de turistas dos EUA, Canadá e Austrália

Medida acaba com vassalagem diplomática de Bolsonaro, que liberou a entrada dos turistas dos três países preparando campanha para indicar Eduardo Bolsonaro para embaixador nos EUA.

Lula na abertura do Debate Geral da 78º Sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas ONU.Créditos: Ricardo Stuckert / PR
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A partir da próxima quarta-feira, dia 10 de janeiro, o Brasil passará a exigir novamente visto de turistas provenientes dos EUA, Canadá e Austrália para a entrada no país. 

O prazo foi estipulado pelo governo Lula em 1º de outubro, mas adiado para passar a valer apenas em 2024 e, dessa forma, não prejudicar turistas já programados para viajarem ao Brasil.

De acordo com comunicado do Ministério do Turismo, a medida leva em consideração a data de chegada ao solo brasileiro. Dessa forma, os turistas desses três países que chegarem ao Brasil até 9 de janeiro estão dispensados da obrigatoriedade de apresentar o visto

A medida coloca fim à vassalagem diplomática adotada por Jair Bolsonaro (PL) principalmente em relação aos EUA.

Em 18 de março de 2019, Bolsonaro baixou o decreto liberando a entrada dos turistas dos três países no Brasil sem a necessidade de visto

A medida foi duramente criticada por não seguir o preceito básico da reciprocidade diplomática - quando dois ou mais países adotam a mesma medida em relação ao outro.

Bolsonaro assinou o decreto dois dias após Eduardo Bolsonaro (PL-SP) atacar imigrantes brasileiros que chegaram de forma ilegal aos EUA durante palestra em Washington.

Então presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, Eduardo era sondado pelo pai para assumir o posto de embaixador brasileiro nos EUA sem nunca ter exercido uma função diplomática.

Na palestra, o filho de Jair Bolsonaro disse que os EUA não deveriam isentar cidadãos brasileiros de visto para entrar no país, mesmo com o decreto do pai já no forno.

“Quantos americanos vão vir morar ilegalmente no Brasil, aproveitar essa brecha para entrar aqui como turista e passar a viver ilegalmente? Agora vamos fazer a pergunta contrária: se os EUA permitirem que o brasileiro entre lá sem visto, quantos brasileiros vão para os Estados Unidos se passando por turistas e vão passar a viver ilegalmente aqui? (…) Um brasileiro ilegalmente fora do país é problema do Brasil, isso é vergonha nossa, para a gente”, disparou à época Eduaro Bolsonaro, que teve a aventura de se tornar embaixador nos EUA frustrada por pressão do próprio Itamaraty.

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