Em silêncio sobre a operação Vigilância Aproximada, que investiga um sistema de arapongagem no centro de seu ex-governo, Jair Bolsonaro (PL) escalou o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, para atacar as instituições e, principalmente, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que autorizou a ação da Polícia Federal contra o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da Abin.
Em declaração à coluna de Bela Megale, no jornal O Globo, Costa Neto atacou Moraes dizendo o magistrado quer seguir "o caminho do Moro" e ser "candidato à presidente".
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"Ele quer se mostrar, quer ser candidato a presidente. É o caminho do Moro. O camarada aparece na televisão, nos jornais e enlouquece. A soberba ataca e você não percebe. É o que ele quer. Não tenha dúvida. Quem imaginava que o Moro seria candidato e iria largar a carreira dele? Ninguém", disparou o presidente do PL.
Antes, na rede X - antigo Twitter -, Costa Neto mirou o presidente do Congresso Nacional, o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), por permitir que a PF cumprisse novo mandado de busca e apreensão no gabinete de Ramagem - dois dias depois da ação contra Carlos Jordy (PL-RJ).
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Na publicação, Costa Neto afirmou que a ação contra Ramagem "é uma perseguição por causa do Bolsonaro".
"Está claro que mais essa operação da PF de hoje contra o deputado Alexandre Ramagem é uma perseguição por causa do Bolsonaro. Esse negócio de ficar entrando nos gabinetes é uma falta de autoridade do Congresso Nacional. Rodrigo Pacheco deveria reagir e tomar providências. Isso é pura perseguição e pode acabar elegendo o Ramagem com mais facilidade no Rio de Janeiro", escreveu sobre o parlamentar, pré-candidato do PL à prefeitura da capital fluminense.
Ainda no X, Costa Neto, que dias atrás teve um atrito com Bolsonaro por elogiar Lula, atacou o PT, usando a velha tática da extrema-direita fascista.
"O que se vê no Brasil é o reflexo do sequestro das instituições e uso para fins políticos ao invés de combater o crime organizado, isso é o PT. Passei a vida toda defendendo a isonomia dos três Poderes, nunca fui covarde de me calar quando um poder não respeita o outro, isso vale pra todos os lados. Sigo indignado com a falta de pulso para defender a imunidade de um parlamentar. Se o Senado tivesse um presidente comprometido, não iria perder tempo pra reclamar de presidente de partido", escreveu.